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“Jovens pelo Sim” apresentado na Guarda

Núcleo distrital congrega militantes com ideologias políticas bem distintas

Com o aproximar do dia do referendo ao aborto, as acções de sensibilização e as campanhas sucedem-se. É com este objectivo que, na Guarda, foi criado o núcleo distrital do movimento nacional “Jovens pelo Sim”, apresentado na passada sexta-feira.

Nuno Silva, presidente da Federação Distrital da Juventude Socialista (JS), Ricardo Antunes, coordenador da concelhia da Guarda da JS, Pedro Pacheco, da Comissão Nacional da JS, Marco Loureiro, dirigente da Juventude Bloquista, e Sérgio Raposo, antigo presidente Federação Nacional das Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico (FNAEESP) e militante da Juventude Social Democrata (JSD), dão a cara por esta iniciativa. «Abraçar uma causa» e, simultaneamente, lutar pelo “sim” à despenalização do aborto é o que leva estes cinco jovens, de diferentes ideologias políticas, a juntarem-se e a lutar para tentar «modificar uma lei que já deveria ter sido alterada», refere Nuno Silva. Para o movimento, o que está em causa é a «saúde da mulher», acrescenta Pedro Pacheco, para quem «este é o momento de reflectirmos e pensarmos o drama que passam milhares de mulheres. O referendo não nos pede para liberalizarmos o aborto, pede-nos para despenalizarmos».

Apesar de sublinhar que está nesta acção como antigo dirigente associativo e não como militante da JDS, Sérgio Raposo admite que votará “sim” a 11 de Fevereiro, pois considera que «chegou a hora de acabar com esta hipocrisia, para que todas as mulheres o possam fazer em condições de segurança». Segundo Marco Loureiro, «já abortaram na clandestinidade cerca de 260 mil mulheres», número que leva o jovem a acreditar que chegou a altura de «acabar com a penalização das mulheres que o decidam fazer». O movimento conta realizar várias acções de sensibilização pelo distrito, nomeadamente em Manteigas, onde, amanhã, vão distribuir panfletos de esclarecimento, actividade que repetem sábado em Seia e Gouveia. «Sabemos que são regiões que têm uma forte influência religiosa, mas temos que tentar esclarecer as pessoas», afirma Nuno Silva. Para a Guarda está prevista, no domingo, uma conferência organizada pelo Departamento Federativo das Mulheres Socialistas, para além de tertúlias e sessões de esclarecimento nas escolas. Na passada terça-feira, o movimento inaugurou a sua sede nas instalações da concelhia da JS.

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