P – Surpreendeu-o ter sido o primeiro classificado da terceira categoria de arbitragem de futebol de 11?
R – Sendo o mais sincero possível sim. A época correu de uma forma normal sem erros de maior mas ser o primeiro classificado era algo que nunca esteve no meu pensamento.
P – Espera dificuldades acrescidas na segunda categoria ou está consciente do seu valor?
R – A segunda categoria vai trazer-me enormes dificuldades em todas as vertentes e o facto de ter sido o primeiro classificado da terceira categoria faz com que as expectativas sejam ainda mais elevadas. Por esse motivo espero uma época de muito sacrifício e muito trabalho se me quiser manter nesta categoria.
P – O seu primeiro lugar bem como a ascensão de Marco Rodrigues à primeira categoria de futsal são dois exemplos de que a arbitragem do distrito da Guarda pode atingir um bom nível?
R – Sim, penso que este ano nós os dois fomos um exemplo para que mais árbitros da Associação de Futebol da Guarda pensem que apesar de estarmos no interior, com muito trabalho e dedicação, podem alcançar-se grandes objetivos. Esta vitória também é deles.
P – Quando é que decidiu apostar na carreira de árbitro?
R – Quando subi para a terceira categoria comecei a perceber o que era ser árbitro e houve umas palavras de um grande amigo que me marcaram.
Relativamente à aposta numa carreira de árbitro é muito relativo porque podemos ter um jogo mau e passamos rapidamente de bestial a besta e descer rapidamente do “céu para o inferno “. Por isso, viver o momento de cada vez na minha opinião é o melhor.
P – Os árbitros são muitas vezes vistos como o “bode expiatório” dos maus resultados das equipas. Como reage às críticas?
R – Quem vem para este sector tem que ter uma mentalidade muito forte. Por esse facto, tento ao máximo abstrair-me das críticas e retirar o que, na opinião da minha equipa, poderá fazer com que a nossa arbitragem seja melhor.
P – Até onde ambiciona chegar na arbitragem?
R – Falar em ambição na arbitragem é muito complicado, mas claro que todos queremos chegar à primeira categoria nacional mas nem todos têm qualidades para lá chegar e essa sorte. A curto e médio prazo a ambição é manter-me no quadro da segunda categoria.
P – Chegar à primeira categoria é um sonho?
R – Penso que todos os árbitros têm esse sonho mas há um conjunto de requisitos que são necessários preencher e que nem todos têm.