P – Quais as suas expectativas para o campeonato distrital da Iª Divisão que arranca este domingo?
R – É o campeonato mais visível, mas todos os restantes, incluindo a Taça de Honra, têm o mesmo interesse para nós. Relativamente à Iª Divisão, será o último ano em que se vai disputar com 16 equipas. Para nós, o importante é que ganhe o melhor, sem problemas ou azares das equipas de arbitragem. Já aqueles que vierem a descer, que seja plenamente reconhecido que foram os mais fracos e se não houver grandes casos, como tem acontecido em anos anteriores, tanto melhor.
P – Espera que possa ser dos mais disputados dos últimos anos, atendendo a que poderão ser despromovidas quatro equipas e não apenas duas?
R – Sim, embora eu entenda que o da próxima época ainda será mais competitivo porque haverá menos equipas. Este ano, essa competitividade acontecerá nos últimos lugares da tabela, embora, normalmente, seja mais visível a luta pelos primeiros lugares.
P – Qual o objectivo da redução do número de equipas na Iª Divisão?
R – Tem a ver com a melhoria da qualidade do campeonato, pois, se tiver menos equipas, haverá a hipótese de ter melhor qualidade. Julgo mesmo que o ideal não seria os 14 clubes na próxima época, mas sim 12. Só que há que ir por partes. Ter 14 equipas implica que poderão descer até ao máximo de quatro esta temporada. Contudo, acredito que sejam apenas três, porque creio que o Fornos, que tem uma excelente equipa, não vai descer novamente ao Distrital.
P – Ficou satisfeito com o aumento do número de clubes inscritos?
R – Obviamente que sim. Na generalidade houve um aumento muito razoável em termos de participação de equipas nos distritais. É uma coisa que vai contra aquilo que está a acontecer um pouco por todo o país. Nos últimos anos temos vindo a aumentar o número de inscritos, especialmente nos escalões de formação, e, consequentemente, o número de atletas.
P – Considera que estão criadas condições para que ocorram cada vez menos casos de arbitragem?
R – Começamos a estar bem situados na arbitragem, porque já temos uma série de árbitros nos escalões nacionais. Temos sete árbitros nos nacionais, o que para uma associação como a nossa já é muito bom. De resto, vejo muito melhores arbitragens nos nossos campeonatos distritais do que nalguns jogos transmitidos pela televisão. Isto demonstra que esta região também é de gente séria que procura não desvirtuar as coisas. Acredito que haja cada vez menos casos e tenho confiança pura nos árbitros da Associação de Futebol da Guarda.
P – Qual a sua posição sobre o novo regime jurídico previsto para as associações distritais?
R – Devo dizer que foi o secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, que impôs esse novo regime jurídico e não a Federação Portuguesa de Futebol. Fê-lo através de algumas pessoas, a quem ofereceu determinados lugares. Estou a referir-me a gente se propõe fazer a Liga do Futebol não profissional, que ainda ninguém compreendeu muito bem o que vai fazer. Repito que não é uma imposição da FPF, até porque Gilberto Madaíl, na reunião do Conselho Superior do Desporto, já se manifestou contra. Como representante do movimento associativo, lógica e conscientemente tenho que estar contra. Isto não tem o mínimo sentido, pois os clubes grandes vão passar a ser muito maiores e os pequenos muito mais pequenos com este novo regime jurídico das Federações e da baralhada que vai dar. É que vai privilegiar o futebol profissional e desvalorizar o sector intermédio, que é municiador do futebol profissional, como são as colectividades que neste momento andam pela IIª ou IIIª Divisões Nacionais.