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“Teatro em Agosto” «foi um grande sucesso»

Espectáculo promovido pela ESTE e Gardunha Viva mostrou que, afinal, Agosto «é um mês excelente»

Chegou ao fim o festival “Teatro em Agosto”, promovido pela Estação Teatral da Beira Interior (ESTE), em parceria com a Associação Gardunha Viva. Durante três dias, o Fundão viveu um acontecimento «inédito, útil e importante», com espectáculos de teatro de sexta a domingo, no espaço Gardunha Viva, junto às piscinas ao ar livre.

«Foi um grande sucesso», garante o director da mais recente companhia teatral da região, satisfeito com a adesão do público que «lotou completamente» o espaço nos três dias do evento. «Se mais dias houvesse, mais enchia», diz Nuno Pino Custódio, apontando o domingo como o dia em que se registaram mais espectadores. Nem a presença do actor Nicolau Breyner em várias localidades da região, durante o último fim-de-semana, esmoreceu a resposta dos fundanenses. A mobilização foi «total» para uma actividade que fez uma «boa promoção» do teatro devido à qualidade dos trabalhos programados, sobretudo da área do “teatro de actor”, onde o gesto, a improvisação, a performance e a animação foram as principais ferramentas utilizadas, além da máscara, animação circense e música. Os convidados da ESTE foram a companhia “Três Tempos Teatro”, de Lisboa, que subiu ao palco com a peça “Eles são gente”, e a “Peripécia Teatro”, de Macedo de Cavaleiros, que apresentou “Ibérica”, para além do grupo anfitrião, que representou “Mãe Preta”. Já o espaço café-teatro recebeu o espectáculo de música portuguesa de Mário Mata e as peças “Improvisos de Commedia dell’Arte” e “Xavier e os Balões”.

Além de «muito sensibilizados» com a dinâmica da Gardunha Viva, com a qual já tinha feito outra parceria, a ESTE quer continuar a trabalhar com esta e outras colectividades da região, mesmo de outras áreas. Trabalhar com espaços e tempos não convencionais é uma das regras da companhia, daí ter escolhido precisamente o mês de Agosto para esta acção. Um mês considerado difícil devido às férias, mas «provámos o contrário e Agosto foi um mês excelente», destaca o director. Nuno Pino Custódio adianta que a ESTE vai manter este formato nos próximos anos. O objectivo é apresentar um programa de espectáculos para três dias, embora o projecto possa apresentar mais ingredientes para que os dias se tornem mais longos. «As pessoas sabem que durante um curto espaço de tempo podem assistir a espectáculos», diz o responsável, para quem a condensação das propostas é uma «mais-valia». 2005 é o primeiro ano de actividade da Estação Teatral da Beira Interior e serve como base de experimentação para acções futuras. O problema é a escassez de meios financeiros para concretizar estas actividades regularmente. Neste caso, Nuno Pino Custódio revela que os grupos participantes vieram pela «boa vontade» e sem receber dinheiro. Mesmo assim, a ESTE pretende alargar este festival à Beira Interior, uma região onde acha que deveriam existir mais companhias profissionais de teatro «para haver outro tipo de oferta, pois as cidades do interior já merecem outra dinâmica».

“Mãe Preta” em digressão

O espectáculo “Mãe Preta”, da ESTE, continua em digressão. No domingo vai estar em cena no Museu da Marioneta, em Lisboa, no âmbito do IV Festival Internacional de Máscaras e Comediantes. A 2 de Setembro participa na VII Festa do Teatro, no auditório do Inatel em Setúbal. Também integrado nesta iniciativa, o director artístico e encenador da ESTE, Nuno Pino Custódio, vai orientar um seminário subordinado ao tema “A Máscara na Representação de uma História”, no Espaço Caixa Negra.

Rita Lopes

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