O Teatro das Beiras começa, amanhã à noite, a nova temporada de espectáculos com um clássico. Trata-se de “Antígona”, de Sófocles, cuja estreia está marcada para o auditório da companhia covilhanense. A versão apresentada é de Bertold Brecht, escrita no rescaldo da II Guerra Mundial.
Com encenação de Gil Salgueiro Nave, esta tragédia representa o dilema do entendimento da contradição entre dois conceitos fundamentais do direito; o direito do indivíduo e o direito do Estado. O conflito entre a lei divina e a humana deixa visível o inevitável contraste entre a autoridade masculina, ditada por Creonte, e a resistência feminina, encarnada por Antígona. Esta obra permite-nos a reflexão sobre o mito, a solidão, a condenação, o suicídio e a morte. “Antígona” foi representada pela primeira vez no ano de 442 a.C., mas ainda hoje continua actual. Nesse sentido, o Teatro das Beiras propõe uma abordagem intemporal e metafórica que terá como pano de fundo os conflitos e o debate civilizacional que assola a sociedade contemporânea. A interpretação é de António Alves Vieira, Fernando Landeira, Pedro Damião, Pedro da Silva, Rui Raposo Costa, Sónia Botelho e Teresa Baguinho.