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Taxa de tuberculose continua estável no distrito

Em 2006 foram registados 47 casos de infecção

A taxa de incidência de tuberculose no distrito da Guarda «não é preocupante. No entanto, a doença do foro pneumológico tem tendência para aumentar, embora os casos mais preocupantes se situem no litoral». Quem o diz é Dulce Quadrado, médica há mais de 20 anos no Centro de Diagnóstico Pneumológico (CDP) da Guarda.

O tema foi debatido nas Jornadas Interdisciplinares sobre Tuberculose, promovidas pelo Instituto Politécnico da Guarda e Escola Superior de Saúde, na passada quinta-feira, onde foram deixados muitos alertas para os cuidados a ter em conta com esta doença infecto-contagiosa. Dulce Quadrado aponta como principais causas a infecção do HIV, a toxicodependência, o alcoolismo e a imigração. No entanto, a médica lamenta que tenha havido uma redução de controlo desta doença através dos rastreios, tal como a perda de interesse em manter unidades de saúde como os sanatórios. «Esta patologia não foi erradicada, continua a surgir, no entanto, deixou de estar na “moda” e acabou por ser um pouco esquecida por todos», sublinha.

Entre 2000 e 2006 verificaram-se, no distrito, algumas a flutuações do número de doentes com tuberculose. Em 2000 registaram-se 46 doentes, no ano seguinte o número diminuiu para 38 pacientes, em 2002 aumentou para 39 casos, enquanto que no ano seguinte foram diagnosticados 38 casos. Já em 2004 houve um decréscimo para 31 doentes, tendo aumentado para 42 pacientes no ano seguinte. Já no ano transacto o número de doente contagiados registou o número mais elevado dos últimos anos, no total foram registados 47 casos de tuberculose no distrito. Esta é uma doença que pode atingir ambos os sexos, a partir dos 15 até aos 35 anos, e particularmente os homens. Contudo, Dulce Quadrado nota que a partir de 2005 houve um «elevado aumento no número de caso registado no sexo feminino», mostrando-se preocupada com essa tendência. Outro dos factores que preocupa a médica é o facto de não haver adesão à medicação existente para a doença, apesar desta ser gratuitamente fornecidas aos pacientes. «Os doentes não aceitam, nem aderem à medicação, o que se torna muito preocupante, nomeadamente no bairros pobres onde há elevadíssimos focos de tuberculose», salienta.

A doença é transmitida através da via respiratória, tendo como sintomas a tosse, a falta de apetite, emagrecimento e as febres nocturnas. «Porém, muitas vezes esta doença é confundida com outras patologias», refere.

Tânia Santos

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