Esta semana foi pródiga em notícias e acontecimentos. Não posso deixar de falar da prisão de Júlio Santos, advogado, julgo que 52 anos de idade, que foi militante da JS e posteriormente autarca em Celorico. Apoiei-o por amizade e convicção. A justiça acabaria por condená-lo apesar das alegações de inocência que sempre fez. Foi condenado depois de muitos recursos e assim temos de pressupor que foi devidamente julgado ou, eventualmente, mal defendido. Se tudo o que o acusam é verdade, tenho muita pena, é um profundo desapontamento. O único sinal negativo que tive dos seus mandatos foi uma funcionária “menor” dedicar-lhe inimaginável rancor. Não costuma acontecer a quem governa com bonomia e temperança.
A manifestação de muitos milhares de pessoas em Lisboa, na qual estive presente, desfilando. Foi brutal ver o Rossio, os Restauradores, a Av. da Liberdade e o Marquês ligados por uma única multidão. Era uma gente de muitas cores, de muitas ideologias, com convicções alguns e outros não, mas todos cansados de um Portugal gerido por mentiras, subterfúgios e enganos. Uma união por enfado, por desespero, por desilusão. Os cânticos eram poucos por desesperança e isso é uma terrível doença social. Sócrates perdeu na Av. da Liberdade e este tipo de manifestações antecedem mudanças radicais como a “maioria silenciosa” arrastaria ao 25 de Novembro. O descontentamento popular contagia e perpassa. Estamos mesmo fartos de salários robustos para alguns, de descontos zero para os mesmos, de truques, de jeitos, de pantomimas e de gatunagem.
O Pacote 4 do Governo terá sido a gota de água, o estertor do moribundo governo. Hoje, é convicção europeia que o Primeiro Ministro Português é uma personagem de Angela M. O boneco tenta agradar a quem lhe gere os cordéis e a finança. O lançamento do pacote 4 é um desastre político ou a saída airosa que Sócrates encontrou para o abandono. Com ausência de apoios a estas medidas, com a não discussão de qualquer uma delas, com a sua não explicação na Presidência e ao país, só podemos antecipar o caos, ou as eleições antecipadas. O pacote 4 é um desassossego social e provocará a ira de milhões, que percebem cada vez melhor como “o Xerife” nos rouba em impostos e não poupa no seu grupo restrito de comparsas. Basta!
Por: Diogo Cabrita