A ADoT (Associação para Desenvolver o Talento) e a Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do IPG organizaram na passada quarta-feira a atividade “Caminhos para Desenvolver o Talento”, que integrou um workshop e a conferência “Diferenças Visíveis e Invisíveis na Sala de Aula – Reconhecimento e Intervenção”. A iniciativa foi orientada pela professora Zenita Guenther, doutorada pela Universidade da Florida e criadora do CEDET Brasil (Centro para o Desenvolvimento do Potencial e Talento).
«É preciso ter conteúdo, não podemos deixar que aprendam sozinhos», defendeu a orientadora quando confrontada com o papel do ensino no desenvolvimento, acrescentando que «a falta de instrutores competentes pode causar fracassos». No entanto, segundo Zenita Guenther, o exemplo dos Estados Unidos e da China deve ser seguido, na medida em que o avanço académico é simplificado em prol dos alunos excecionais. «A escola deve encaminhá-los e acelerar o conteúdo curricular quando observa um desempenho superior», disse. Mesmo assim, admitiu que este é um projeto difícil de aplicar em Portugal: «A lógica ainda não foi trazida ao sistema», afirmou.
Trabalho e motivação foram as palavras mais utilizadas no workshop, em que a formadora partilhou histórias e experiências com que contactou. Zenita Guenther deu também a conhecer o CEDET, que dá liberdade às crianças ao aplicar o princípio de que estas se devem sentir incluídas onde estão, pelo que «escolhem a sala onde querem estar, não os colocamos numa sala segundo a idade ou de uma forma fixa. Esta liberdade também nos ajuda a perceber melhor a própria criança», disse. Para a especialista, o caminho passa por aliar as potencialidades do gosto e do saber e evitar que «passem ao lado» dos jovens, já que isso influenciará a sua felicidade futura.