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Sustentabilidade – o que pensarão as gerações futuras das gerações presentes?

Estas são as nossas expetativas para 2018 e o que gostaríamos que não voltasse a acontecer – a nível regional e nacional.

Começando pelas expetativas para 2018:

– O impasse da resolução do problema de poluição do rio Noéme.

Não se sabe em que fase está o projeto e a candidatura aos fundos comunitários para a resolução da despoluição dos rios Diz e Noéme. Exige-se em 2018 uma atuação mais firme e célere para resolver de vez este grave problema.

– Consulta séria sobre o parque arbóreo da cidade.

Os últimos anos têm sido marcados por inúmeras situações de corte indiscriminado de cedros e tílias na Av. Cidade Salamanca, a realização de podas violentas e agressivas que enfraquecem e expõem as árvores a infeções por agentes patogénicos. A plantação de inúmeras árvores na cidade devia ser uma medida adicional e nunca de compensação. Apela-se a uma consulta pública séria com pareceres de técnicos e envolvendo a população.

Quanto àquilo que gostaríamos que não voltasse acontecer:

– A tragédia dos incêndios florestais no Centro e Norte de Portugal.

O ano de 2017 fica marcado, indubitavelmente, pela tragédia dos incêndios florestais que assolaram, sobretudo, o Centro e o Norte do país, onde arderam mais de 400 mil hectares de floresta e povoamentos. Apesar de todos os concelhos do distrito da Guarda possuíram os planos municipais de defesa da floresta contra incêndios atualizados, situação que se verifica apenas em mais dois distritos do país, o distrito da Guarda foi, a nível nacional, o que registou a segunda maior área ardida em 2017: mais de 60 mil hectares. É necessário envolver mais as populações na prevenção e no combate.

– Extensão do prazo para o pedido de renovação da licença de funcionamento da central nuclear de Almaraz

O Conselho de Segurança Nuclear espanhol viabilizou a proposta do Governo espanhol para estender em cerca de dois anos o prazo para que o consórcio que explora a central nuclear de Almaraz apresente o pedido de renovação da licença de funcionamento desta central para lá de 2020. Portugal será seguramente afetado em caso de acidente grave na central.

– Descargas poluentes no rio Tejo

Continuam a ser demasiado recorrentes os episódios de poluição registados no rio Tejo. Estes atentados ambientais que ocorrem sobretudo na zona de Vila Velha de Ródão fazem com que o Tejo se apresente ano após ano, progressivamente, mais degradado e ameaçado, bem como impedido de cumprir com as suas funções ecológicas e de suporte a atividades económicas locais. Urge resposta de entidades competentes.

– Legionella volta a matar em Portugal

Os graves casos de infeção por Legionella que têm ocorrido em Portugal exigem alteração legislativa no sentido de um maior controlo da qualidade do ar interior, equipamentos de ar condicionado, refrigeração, entre outros.

Bruno Almeida*

* Núcleo Regional da Guarda da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

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