O homem suspeito de matar a mulher simulando um acidente de carro na zona de Seia, em novembro passado, foi formalmente acusado de homicídio qualificado.
O Ministério Público considera que o economista de 39 anos agiu por razões passionais e premeditou o crime. Rui Andrade está ainda acusado de sabotagem informática por ter instalado um “spyware” no telemóvel da esposa que lhe permitiu aceder ao histórico de chamadas e mensagens graças ao qual terá descoberto que Ana Rita Antunes, de 38 anos, mantinha um relacionamento extraconjugal e tencionava divorciar-se. Confrontado com esta decisão, o marido, mediador imobiliário, não se conformou e terá engendrado um esquema para ludibriar as autoridades através do despiste do carro do casal. O alegado acidente ocorreu a 18 de novembro de 2014 na estrada municipal que liga Sandomil a Furtado, onde o casal estava a construir uma vivenda.
À polícia Rui Andrade contou que Ana Rita Antunes se suicidou, mas a versão terá sido contrariada pelas perícias e os indícios recolhidos no local pela Judiciária e pelo destacamento de trânsito da GNR, que apontavam para um acidente encenado. Na altura, as autoridades concluíram que a vítima terá falecido em consequência de «fortes pancadas» na cabeça desferidas com um objeto contundente logo após o acidente e estimaram que o móbil do crime seria a intenção da mulher divorciar-se. O casal, oriundo da Batalha (Leiria), deixou duas meninas, de cinco e sete anos, que estão à guarda dos avós maternos. O suspeito está em prisão preventiva desde final de novembro na cadeia da Guarda.