O subsídio de 150 euros que o Governo propõe para os enfermeiros especialistas corresponde a um gasto anual de 14,4 milhões de euros, segundo dados avançados esta quarta-feira pelo secretário de Estado da Saúde.
Numa conferência sobre medicamentos oncológicos que decorreu em Lisboa, Manuel Delgado lembrou as várias solicitações e reivindicações por parte dos profissionais de saúde e indicou que a atribuição de um subsídio aos enfermeiros especialistas significa uma despesa anual de 14,4 milhões de euros.
A proposta do Ministério da Saúde, segundo Manuel Delgado, vai no sentido de atribuir um subsídio de 150 euros a todos os enfermeiros especialistas «em efetivo exercício de funções», que serão cerca de oito mil.
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, já considerou que a proposta dos enfermeiros para um aumento salarial de 400 euros mensais é «absolutamente incomportável» do ponto de vista orçamental. O Governo tinha proposto a atribuição de um subsídio imediato de 150 euros para os enfermeiros especialistas, uma medida transitória até à negociação das carreiras em 2018.
Segundo uma comparação usada na conferência de hoje por Manuel Delgado, estes 14,4 milhões de euros anuais a pagar adicionalmente aos enfermeiros especialistas correspondem a cerca de dois terços dos gastos públicos com medicamentos órfãos para a área oncológica.
Os medicamentos órfãos servem essencialmente para prevenção ou tratamento de uma doença mais raras, que coloquem a vida em risco e que sejam cronicamente debilitantes.