Abriu recentemente na Guarda a ”Sr. Armando – loja conceito”, um estabelecimento onde o vestuário é apenas um dos motivos para entrar, pois também é possível tomar um café, lanchar ou adquirir produtos gourmet. A ideia para este negócio inovador partiu de uma jovem guardense licenciada em Design de Moda.
Ana Farinha estudou no Porto durante cinco anos e foi aí que frequentou locais idênticos ao que abriu a 8 de dezembro na Rua Dr. António Júlio, uma perpendicular à Rua do Comércio. A empresária de 26 anos decidiu apostar na criação do próprio negócio porque «não tinha perspetivas de trabalho» na sua área de formação. O nome da loja fica a dever-se aos seus bisavô e avô que exploraram durante muitos anos a Casa Armando, na Rua do Comércio, e que está encerrada há cerca de cinco anos: «Resolvi pegar na veia comerciante da família, dar aso à imaginação e tentar fazer uma coisa diferente na Guarda porque não valia a pena abrir um café igual aos outros e nem era isso que queria. Quis conjugar o que era a Casa Armando com um conceito diferente que deu este resultado e o nome é, de certa forma, uma homenagem ao meu avô, que esteve sempre muito presente na minha vida», refere a jovem.
A loja tem dois pisos. No rés-do-chão há um pequeno salão de chá «um bocadinho intimista» que oferece uma «carta de chás gourmet bastante alargada», além de lanches diferentes dos restantes cafés. «Temos scotchs, muffins, normalmente um bolo diário e tostas com Queijo da Serra», adianta Ana Farinha, que também vende uma vasta gama de produtos gourmet alimentares como compotas, chás, bolachas, licores, xaropes, chocolates e «as famosas sardinhas doces» de Trancoso. Quanto à roupa, os clientes podem encontrar peças das marcas Mezzanine e Custo Barcelona, bem como «algumas peças de roupa usada» e outras da autoria da própria Ana Farinha. Mas não é a única, também há artigos de jovens criadores da Guarda, como bijuteria com cabos de aço ou com cristais swarovski e cristais checos.
Em relação à adesão nos primeiros dias do negócio, a empresária indica que os produtos alimentares gourmet tiveram uma «boa aceitação», enquanto que a nível dos lanches e dos chás os clientes «apreciam e gostam da ideia». Já no que toca à roupa, a jovem considera que as pessoas «não têm muito dinheiro para gastar no que acham que é um bem supérfluo». Ana Farinha sustenta que «ainda falta um bocadinho de publicidade e de divulgação do espaço porque estamos numa rua um pouco escondida mas com o tempo acho que vai melhorar».
Ricardo Cordeiro