O Souropires continua a fazer história na Taça de Portugal e já está na quinta eliminatória, depois de na quarta-feira da semana passada ter ido ao Algarve eliminar o Portimonense, equipa que já militou na então Iª Divisão Nacional e que, actualmente, ocupa os primeiros lugares da Liga de Honra.
Atendendo a todos estes factores, a equipa do concelho de Pinhel tinha pela frente uma missão quase impossível e, certamente, eram poucos aqueles que acreditavam que os pupilos de Manuel Barbosa conseguissem ultrapassar este adversário. Mas o que é certo é que quando há vontade e empenho, as coisas simplificam-se e o impossível torna-se realizável. O Souropires foi-se libertando da pressão exercida pelo opositor e aos poucos foi ganhando confiança, conseguindo travar as investidas do Portimonense que ia denotando algum nervosismo e nem mesmo com a alteração forçada que Barbosa teve que fazer aos 23’, por lesão de Faneca, a equipa abanou, conservando o nulo no marcador. Barroco, o homem que substituiu o capitão fez uma excelente exibição.
A segunda parte não foi muito diferente da primeira, com o Souropires a conceder o domínio do encontro ao adversário, sabendo sempre tapar o caminho para a baliza de Valezim que se cotou com uma exibição irrepreensível. Até que aos 23’ da segunda metade, quando o árbitro resolveu marcar grande penalidade contra o Souropires e expulsar David Reis que, em seu entender, jogou a bola com a mão, quando se encontrava caído no relvado, muita gente pensou que a equipa da Guarda poderia “abanar”. Mas como já diz o ditado “escreveu-se direito por linhas tortas” e Serjão, chamado a converter, rematou à base do poste esquerdo da baliza de Valezim. Também o Souropires, em contra-ataque, podia ter marcado, tendo ficado, em nosso entender, uma grande penalidade por marcar a favor da formação da Beira Interior, com Milford a ser agarrado e empurrado por um adversário, já dentro da área por um defensor contrário. Mesmo reduzido a 10 unidades, o Souropires aguentou o nulo e levou o jogo para prolongamento, onde os golos voltariam a não surgir, com a eliminatória a ter que ser decidida através da marcação de grandes penalidades. Aqui, a vitória sorriu aos comandados de Manuel Barbosa que marcaram todos os cinco penaltis – Alex, Cédric, Pedro Miguel, Camilo e Ricardo -, enquanto que o Portimonense falhou o primeiro, por intermédio de Piojo que acertou no poste. Foi o delírio entre as hostes souropirenses. Para a próxima ronda, cujo sorteio só terá lugar depois de dia 13, o treinador Manuel Barbosa continua a alimentar o desejo de receber um dos grandes do futebol português. Quanto à equipa de arbitragem, exagerou no penalti e na expulsão de David.
Fernando Araújo/ Rádio Elmo