O município de Celorico da Beira deverá conhecer até ao final do ano qual a solução encontrada para o futuro quartel da GNR da vila. O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Administração Interna, Paes de Sousa, visitou na última sexta-feira as antigas e as actuais instalações da Guarda Nacional Republicana, na cave dos Paços do Concelho, e ficou também a conhecer o terreno cedido pela autarquia para acolher eventualmente o novo edifício daquela força policial, actualmente composta por 24 agentes. Em causa está a escolha entre a recuperação do antigo quartel, para o qual já há um projecto, e a construção de raiz do novo espaço, mas o governante não se quis comprometer preferindo aguardar pelos pareceres dos técnicos para alcançar a opção «adequada».
Para Paes de Sousa, a situação vivida em Celorico da Beira é «insólita», uma vez que já existe um projecto para uma obra [a recuperação do antigo quartel], mas que a autarquia não acolhe agora. Em contrapartida, a Câmara disponibiliza um terreno para um imóvel de raiz e quer aproveitar o velho quartel para a instalação de uma futura Escola Tecnológica. A luta por novas instalações da GNR já são antigas e ganharam novo alento no final da década de 90 quando começou a chover no interior do quartel. Na altura, a autarquia propôs soluções de recurso em instalações do município, que também acabaram por não ser funcionais. O secretário de Estado ficou a conhecer esse historial e sugeriu a realização «rápida» de um estudo prévio do qual poderá depender a solução definitiva. Uma coisa é certa: «A reconversão do antigo quartel já foi excluída pela autarquia, o que também me parece acertado», refere Paes de Sousa, avisando desde já que não há verbas em PIDDAC para esta alteração de planos e que, «na melhor das hipóteses», só no plano de investimentos da administração central para 2005 é que poderá haver dinheiro para o projecto.
A necessidade de reequilíbrio financeiro e orçamental da Câmara de Celorico é o argumento invocado para esta mudança. Segundo António Caetano, edil local, a tesouraria municipal já não suporta os encargos decorrentes da solução de permuta proposta pelo anterior executivo entre o antigo quartel e os Paços do Concelho: «A GNR passaria para o actual edifício da Câmara e a autarquia refuncionalizaria o antigo quartel para acolher os novos Paços do Concelho. Mas estamos a falar de obras com um valor superior a 300 mil contos, o que neste momento é impraticável dadas as nossas dificuldades financeiras», explica o autarca. Face a este cenário, optou-se então por ceder um terreno, que confronta com a EN16, para a construção de um edifício de raiz. «Achamos que essa solução é mais vantajosa para nós em termos financeiros, mas também o será para a GNR ao nível da segurança, operacionalidade e funcionalidade», garante António Caetano. Quanto ao velho quartel, o município pretende ali criar uma escola tecnológica e requalificar a envolvente, aproveitando a futura instalação da biblioteca municipal, mas também ampliar o actual parque escolar. «É que a C+S local só dispõe de 30 turmas e já tem actualmente 29, o que quer dizer que a criação de mais uma turma poderá lotar a escola», receia o presidente, que vai propor esse alargamento e a criação da escola tecnológica ao Ministério da Educação.
Luis Martins