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Socretismo

Bilhete Postal

José Sócrates marcou para sempre Portugal. Dele nascem as construções ribeirinhas associadas ao Polis, dele nasce o Euro futebol e dele nasce um Governo de 4 anos que ainda está por avaliar. Hoje, sabemos que José Sócrates escolheu piores ministros do que havíamos imaginado, sabemos que a contabilidade de muitas opções foi negativa, sabemos que muitas coisas da sua vida as não conhecemos, nem vamos descobrir.

José Sócrates – do Polis – é um homem importante, uma personalidade que arrasta melhores lugares, provoca mais qualidade nas cidades e impõe mudanças nos hábitos das pessoas.

Sócrates – o dos Estádios – transforma o gastador Santana Lopes num amador e num menino de coro. Pelo menos as obras faraónicas de Santana são de indiscutível qualidade: o Centro Cultural de Belém, o Centro Cultural da Figueira, o túnel do Marquês.

O mesmo não pode afirmar-se de metade dos estádios de futebol do Euro. Um fracasso financeiro e uma estúpida teimosia. Sou dos que defende a implosão e a extirpação como solução de muitos problemas. Aveiro gasta 14 mil euros por dia para manter um estádio vazio, inaceitável para quem paga impostos. E Aveiro preferia ter um hospital melhor, premiar de modo evidente a sua Universidade activa, mais apoio nas pescas. Este Sócrates dos Estádios é o amigo de Paulo Penedos, Armando Vara, do distraído Constâncio, do atrevido Jorge Coelho e dá empregos de luxo a amigos na PT, na Mota Engil, na CGD, no Millenium BCP, promovendo jeitosos a posições que suas mães não previam. Este Sócrates não se importa com o custo dos Estádios, com o que pagam as escolas para se ligarem à Internet e tantas outras surpresas.

Eu gosto do Sócrates do Polis, o que deixa obra, o que enfrenta as corporações, o que se atreve e tem arrojo. Mas não sei quando vem um e quando se mostra o outro. Alguém saberá?

Por: Diogo Cabrita

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