Tal como há dois anos, a lista de candidatos a deputados do PS pela Guarda não agrada a todos os socialistas, especialmente aos da Guarda, novamente relegados para uma posição subalterna. Também a imposição do secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, no primeiro lugar causou mal-estar, a tal ponto que alguns dirigentes e militantes influentes já assumiram que vão fazer campanha «contrariados».
José Albano Marques não esconde algum desconforto quando solicitado a comentar a escolha do secretário-geral do PS, José Sócrates, mas depressa corrige a mão: «Paulo Campos é uma figura nacional. É o secretário de Estado que está ligado a vários investimentos rodoviários que estão aí e que as pessoas utilizam. Teve, portanto, uma atuação determinante no distrito nestes últimos anos e acredito que os eleitores vão confiar nele por causa dessas obras», refere. O presidente da Federação, que concorre em segundo lugar, ressalva, no entanto, que o partido tem no distrito «uma estrutura e uma atividade própria que não se compadece com uma quota nacional». Apesar disso, promete o «empenho total» dos socialistas guardenses para vencer no dia 5 de junho. «Tenho confiança na minha equipa», afirma, considerando que o PS é o partido que oferece «mais estabilidade e credibilidade» aos eleitores neste escrutínio.
Quanto ao facto de se recandidatar após ter sido eleito em 2009 e renunciado ao lugar no Parlamento para assumir a direção do Centro Distrital da Segurança Social, José Albano Marques garante que, desta vez, abdicará deste último cargo se for eleito. «Não houve qualquer polémica com a minha inclusão na lista, até pelo contrário o meu nome foi proposto pela comissão política, pelo secretariado e por algumas concelhias», adianta, considerando que os candidatos escolhidos foram, «sem dúvida, a melhor lista do momento. É um leque muito bom de pessoas, de jovens com um futuro promissor, que transmitem confiança ao eleitorado», considera. De fora ficou Rita Miguel, proposta pela concelhia da Guarda, que mais uma vez não foi tida nem achada na formação desta lista. Nuno Almeida, presidente da secção da sede do distrito, lamentou a despromoção e prometeu uma reação após reunir com os restantes dirigentes concelhios.
A Federação aprovou os nomes dos candidatos na passada sexta-feira, numa reunião realizada em Celorico da Beira em que participaram 94 por cento dos membros que compõem a Comissão Política Distrital (71 elementos), segundo dados oficiais. Apenas uma lista foi apresentada para discussão e aprovação, tendo obtido 62 votos favoráveis entre 69 votantes. «Este resultado demonstra, por si só, a “quase” unanimidade que a lista alcançou nesta estrutura federativa, onde foi claro e evidente o apoio dos mais diversos dos membros com assento neste órgão, com especial destaque para os autarcas Joaquim Valente (Guarda) e Carlos Filipe Camelo (Seia)», sublinha a Federação em comunicado, que refere ainda que a lista «também obteve unanimidade» no Secretariado Federativo.
Além de José Albano Marques (presidente da Federação), é formada por António Carlos Santos (diretor regional da Fundação Inatel), Sandra Galguinho (deputada da Assembleia Municipal de Seia), Pedro Rebelo (presidente da Federação da JS), Amílcar Salvador (vereador da Câmara de Trancoso), Sandra Fortuna (vereadora da Câmara do Sabugal), Alexandre Lote (Fornos de Algodres) e Sotero Ferreira (Vila Nova de Foz Côa). A estes nomes juntou-se no domingo Paulo Campos, eleito por Coimbra em 2009.
Luis Martins