Arquivo

Só com uma vintena lá vamos

Tiveram de ser 20!

Vinte, foi o número publicitado de ministros para que em apenas 6 minutos e 47 segundos António Costa, de “roçadora em punho”, e, os afinal só 17 ministros que compõem o XXI Governo de Portugal, procedessem à limpeza «enérgica» de todo o mato que à volta do local onde aterrou de helicóptero se vislumbrava.

Foi com sorte que aqueles territórios foram selecionados porque mato há por todo lado, mais sorte ainda foi a de viajarem num helicóptero que funcionava, porque, infelizmente, para as vidas de centenas de portugueses este verão passado os seis helicópteros Kamov que António Costa, enquanto ministro da Administração Interna, comprou em 2006, por 42 milhões de euros, não levantam do chão.

E de entre as muitas, enormes e clamorosas falhas relatadas pela Comissão Técnica Independente sobre os incêndios de 2017, sobressai a absoluta incompetência do SIRESP, que, veja-se lá o azar, foi também contratado em 2006, por 485,5 milhões de euros, pelo mesmo então ministro António Costa.

No limiar do insustentável

O dia a dia de qualquer hospital do SNS é hoje absolutamente intolerável e inaceitável, mas «…o mais surpreendente, ou porventura não, é que todo este panorama de degradação ocorra com um Governo cujo programa promete: “melhorar a qualidade dos cuidados de saúde”».

Depois de uma visita ao IPO de Lisboa, que há três anos aguarda que os 5 M€ que tinha em orçamento sejam libertados pelas Finanças para que as necessárias obras no Bloco Operatório se tornem uma realidade e para que centenas de operações cirúrgicas urgentes não sejam ali mais adiadas, o grupo parlamentar do PSD agendou esta semana, novamente, um debate de urgência a propósito da situação da Saúde em Portugal.

O actual Executivo nesta e noutras matérias já apenas se dedica à “prosápia”, acompanhado pelos partidos que o suportam, pois há três anos que aprovam orçamentos inadequados para o SNS.

O ministro que tutela a pasta já não toma medidas, nem encontra soluções, não existe, tendo reduzido a saúde dos portugueses a «um mero protetorado do Imperador Centeno, que, com total insensibilidade social, põe e dispõe».

O PSD foi claro ainda ao salientar que «para este Governo, as pessoas e os doentes são apenas números frios, secos, implacáveis, que podem curar orçamentos, mas não curam os portugueses».

Mais taxas e taxinhas

O Governo criou mais uma taxa que a ser aprovada pelo Parlamento (a nova taxa de rotatividade que incide sobre as empresas) se irá juntar a mais de 20 taxas e impostos com que as empresas têm de lidar.

A possível chegada de uma nova taxa volta a colocar em cima da mesa a questão da carga fiscal que já hoje incide sobre as empresas, mas também o que isto importará em termos de diminuição do investimento que eventualmente estivesse a ser pensado, os potenciais postos de trabalho e ainda a burocracia e os custos administrativos para os empresários.

E na mesma semana em que o ministro das Finanças contraria que a carga fiscal tenha aumentado, curiosamente o Instituto Nacional de Estatística (INE) adianta que afinal a carga fiscal subiu para 37% do PIB no ano passado, face ao peso de 36,6% que tinha na economia em 2016. Trata-se, pois, do peso mais elevado em pelo menos 22 anos. Apesar disto, o mesmo ministro, com a mesma capacidade inventiva que revela nas cativações que todos os dias faz no sector da saúde, diz que o Governo não está a pedir mais às pessoas em termos contributivos. Só pode ser piada e de muito mau gosto!

Por: Ângela Guerra

* Deputada do PSD na Assembleia da República eleita pelo círculo da Guarda e presidente da Assembleia Municipal de Pinhel

Sobre o autor

Leave a Reply