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Skygu@rdian vai começar a sobrevoar aeródromo da Covilhã

Voo oficial da primeira aeronave não tripulada construída por portugueses está marcado para Julho

A SkyGu@rdian, a primeira aeronave portuguesa de observação não tripulada, vai começar a sobrevoar os céus do aeródromo da Covilhã durante os próximos três meses para os primeiros ensaios. O protótipo do Unmanned Air Vehicle (UAV), construído por um consórcio formado pelo departamento de Ciências Aeroespaciais da Universidade da Beira Interior, Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria e a empresa Plasdan, da Marinha Grande, foi apresentado na última semana no Instituto Politécnico de Leiria e poderá ser comercializado até ao final do ano.

Se os ensaios correrem bem já há «várias entidades interessadas no projecto», revela Pedro Gamboa, coordenador do projecto na UBI, entre as quais a Protecção Civil ou a Direcção-Geral de Viação. A aeronave, cujo voo inaugural deverá ocorrer em Julho, tem 2,2 metros de comprimento e 4,3 de largura e será controlada à distância através de um sistema autómato, sendo introduzido no computador o trajecto por onde a aeronave tem de passar. O protótipo do UAV começou a ser desenvolvido em 2002 com o objectivo essencial de construir uma aeronave «mais leve e mais barata», sendo essas as «grandes vantagens» do Skygu@rdian, substituindo assim aparelhos de maior porte e mais caros por causa dos custos de manutenção e de combustível, para além da necessidade de um piloto experiente. Este UAV poderá ser a solução para baixar os custos da Protecção Civil na vigilância da costa, das florestas, do tráfego, ou mesmo das empresas quando pretendem tirar fotografias aéreas ou fazer publicidade.

O projecto não foi aprovado pela Agência de Inovação, pelo que tem sido o consórcio a suportar o financiamento do SkyGu@ardian, cujo valor total da série deverá rondar os 25 mil euros. Esta é a primeira vez que um UAV é construído para ser comercializado, pelo que a concepção da aeronave contou com uma equipa multidisciplinar, dividida em tarefas. A equipa da UBI, constituída por professores, engenheiros e alunos do departamento de Ciências Aeroespaciais, teve a seu cargo a concepção do aparelho, nomeadamente a aerodinâmica e o desempenho, tendo como critérios a qualidade do voo, sistema de controlo, ensaios e desenvolvimento do “software”. Por sua vez, a ESTG de Leiria desenvolveu, no curso de Engenharia Electrotecnia, os sistemas de controlo, a aquisição de imagens e de outros dados, enquanto o departamento de Engenharia Mecânica se encarregou da selecção de materiais e técnicas de produção. À Plasdan, empresa ligada ao sector de moldes para plástico e ferramentas, coube a gestão do projecto, produção de ferramentas e a plataforma de comunicação colaborativa.

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