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Sindicato de Professores do Centro quer «punir culpados»

Dossier sobre o alegado favorecimento de professora na Covilhã vai ser entregue hoje à directora da Inspecção Geral da Educação

O Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) vai entregar hoje à Inspecção Geral da Educação (IGE) um dossier com «todos os documentos» sobre os quatro casos de alegado favorecimento verificados na região Centro. Nesse dossier, a ser entregue «em mão» à directora geral da IGE, o SPRC leva ainda uma cópia do ofício em que Joana Orvalho, Directora Geral da Administração Educativa, com a ordem do secretário de Estado da Administração Educativa, Abílio Morgado, permitiu a transferência de uma professora da escola Pêro da Covilhã – onde tinha sido colocada em Setembro – para a escola do 2 e 3 ciclos João Franco, no Fundão, «algum tempo depois sem ter existido concurso legal», denúncia Dulce Pinheiro, do SPRC.

Admitindo ter tido conhecimento do caso através de professores «que se sentiram injustiçados com o alegado favorecimento na colocação», a sindicalista espera que se investigue «conclusivamente toda a verdade» e que «os culpados sejam punidos» para que casos como estes não se voltem a repetir. Além de que, acrescenta, «há regras» que «não podem ser de uma forma para uns e de maneira diferente para outros», exigindo por isso a «demissão» de Abílio Morgado por ser ele o «responsável máximo pelos concursos». “O Interior” tentou falar com a professora em causa mas, de acordo com o professor e amigo José Brito, esta «não presta declarações até o processo terminar». Mas na sua defesa, José Brito garante que «neste caso» não há favorecimento, mas a «reposição de uma legalidade». Segundo explica a “O Interior”, a professora em causa tinha escolhido a escola João Franco em primeira opção, com duas vagas para o lugar, mas foi colocada na terceira preferência. «Ao saber que apenas uma das vagas tinha sido ocupada, a professora recorreu da decisão junto do Ministério, que acabou por lhe dar razão», refere. De resto, José Brito garante que a reclamação foi «feita pela própria professora e não pela escola».

Opinião semelhante tem José Miranda, o vice-presidente do conselho executivo da escola João Franco. Sem querer tecer grandes considerações» sobre o caso por ainda «estar a decorrer o inquérito», José Miranda diz «não entender porque razão este caso está junto dos outros que foram publicitados pelos media», pois «resulta de um erro no concurso». «Pelo conjunto de casos que aconteceram, alguma coisa correu mal que no sistema antigo não ocorreram», revela, partilhando assim da opinião do sindicato sobre o sistema de colocação de professores nas escolas. Para além dos favorecimentos, o SPRC critica a incompreensão do Ministério e respectivas entidades para professores com doença, sendo obrigadas a percorrem imensos quilómetros por dia até quando poderiam ter sido inseridas em estabelecimentos de ensino mais perto da área de residência. A “bomba” explodiu com os casos de favorecimentos de professores nas escolas EB 2/3 Aires Barbosa (Aveiro) e Azeredo Perdigão (Viseu), sendo que neste está em causa uma alegada “cunha” à cunhada do deputado Pedro Alves do PSD Viseu. Estes casos levaram a que o director regional adjunto da Educação do Centro ponderasse a demissão do cargo após a investigação da IGE, o que acontecerá a 22 de Dezembro. Santarém, Castelo Branco, Coimbra e Covilhã foram os casos que se seguiram de suspeitas em destacamentos.

Liliana Correia

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