A remodelação e modernização do Hotel Turismo da Guarda já pode avançar. A intervenção, da responsabilidade da autarquia, vai ser apoiada pelo SIVETUR – Sistema de Incentivos a Produtos Turísticos de Vocação Estratégica em cerca de sete milhões de euros, repartidos em comparticipações não reembolsáveis e reembolsáveis, mas sem juros. À Câmara, dona do imóvel, compete disponibilizar dois milhões de euros.
O protocolo, rubricado há 15 dias em Lisboa, por Joaquim Valente inclui ainda um acordo com um banco para financiar esta operação em condições mais vantajosas para o município. «Está dado o pontapé de saída desta grande intervenção no Hotel Turismo», disse a “O Interior”, acrescentando estarem agora reunidas as condições para avançar com o concurso público da empreitada. Um passo que o município está disposto a dar enquanto tenta resolver o futuro da actual concessionária, a Predial das Termas, que tem rendas em atraso. «Só há uma solução e ela passa pelo entendimento entre as partes, através de acordos amigáveis ou dos tribunais. Uma coisa é certa, ninguém irá obstacularizar um projecto que tem bastante interesse para a Guarda», avisou o presidente, escusando-se a mais comentários. Na base deste empreendimento está a intenção de transformar o hotel mais antigo da cidade numa unidade de quatro estrelas. O projecto é do arquitecto João Rafael e destina-se a adequar o edifício à nova categoria, numa empreitada orçada em 8,6 milhões de euros.
O novo Turismo da Guarda vai ter um “health club”, uma zona de congressos, mais quartos e algumas “suites”. Por outro lado, está prevista a remodelação do “hall” e nalgumas áreas da unidade, beneficiada há 10 anos, para além do aumento da zona de estacionamento. Construído na década de 40, este “ex-libris” da cidade foi desenhado por Vasco Regaleira, contemporâneo de Raul Lino. Nesse sentido, a delegação regional do IPPAR (Instituto Português do Património Arquitectónico) está a tratar da sua classificação como Imóvel de Interesse Nacional, Público ou Municipal. Menos pacífico é o diferendo, por rendas em atraso, que está a opor a Câmara à Predial das Termas de São Pedro do Sul, concessionária da unidade. Em causa estão mais de 300 mil euros desde Maio, uma dívida que está em contencioso.
Luis Martins