Sete novas empresas vão instalar-se na Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) da Guarda e criar 30 postos de trabalho, num investimento total previsto de mais de dois milhões de euros. Dois destes projetos são dinamizados por empresários radicados em Beja e em São João da Madeira. Os contratos promessa de compra e venda de lotes foram assinados na segunda-feira, numa cerimónia pública promovida pela autarquia.
A Nacex, a Ferrolho & Ferrolho, Lda., a Higilíquidos, a Egipaixão, a Só Filtros, António Relvas & Filhos Lda. e a Nobre & Marques são firmas que operam na área dos transportes, dos laticínios, do comércio de cereais e rações, de filtros para a indústria, da reparação automóvel, dos produtos de limpeza e da montagem e comercialização de peças. Ao todo, os novos negócios da PLIE vão ocupar cerca de 24.600 metros quadrados, tendo pago 3,90 euros pelo metro quadrado. «Vêm juntar-se às boas empresas que lá estão a laborar e numa altura em que há mais potenciais interessados em fixar-se ali», adiantou Álvaro Amaro. O presidente do município recordou que o seu executivo baixou o preço do metro quadrado – antes, o metro quadrado para indústria custava 15 euros e 25 euros para os serviços – e que, «hoje, é mais aliciante investir na PLIE», anunciando para 2015 a entrada em funcionamento do parque TIR com 137 lugares de estacionamento para camiões.
De resto, a Câmara comprometeu-se a ajudar estes investidores na captação de apoios financeiros e na realização dos projetos necessários. «As PME vão ser a força motriz da economia da Guarda», afirmou Álvaro Amaro, que anunciou o lançamento do guia do investidor no início do próximo ano. Vindo de Beja, Manuel Ferrolho escolheu a cidade mais alta por estar «estrategicamente bem situada» para o seu negócio. A empresa, que já labora na cidade alentejana, vai investir na recolha de leite, na transformação e comercialização de laticínios, tendo adquirido mais de 5 mil metros quadrados. «Há uns anos sondei a autarquia para me instalar na Guarda, mas na altura a resposta foi que já não havia terrenos, por isso fiquei surpreendido por haver lotes disponíveis», declarou o empresário, cujo negócio «altamente automatizado» irá empregar inicialmente 10 trabalhadores.
Por sua vez, João Silva vem de São João da Madeira para expandir o seu negócio de distribuição de filtros para a indústria. «As infraestruturas e o preço dos lotes são atrativos, além disso, como sou natural da região, decidi apostar aqui», afirmou o investidor, para quem as portagens «não são um problema» para o seu negócio. Atualmente, «80 por cento da atividade da Só Filtros faz-se na zona de Aveiro e norte do país», acrescentou, adiantando que a vinda para a Guarda permitirá chegar «a outros mercados». A empresa vai começar com «três ou quatro funcionários».
Sociedade PLIE vai ser declarada insolvente
A sociedade PLIE vai ser declarada insolvente. A decisão foi divulgada por Álvaro Amaro perante os empresários na cerimónia da passada segunda-feira.
«Numa reunião realizada há cerca de um mês, os acionistas acordaram que se declare insolvente para evitar a gestão dos passivos, mas isso não tem impacto no património da sociedade, que é do município», tranquilizou o edil. Em 2013, o executivo liderado pelo socialista Joaquim Valente já tinha deliberado propor a dissolução da PLIE SA, isto porque a sociedade não conseguiu realizar o aumento de capital de 50 mil euros para 1,5 milhões de euros. Em números, o empreendimento ocupa um total de 126 hectares, disponibilizando 196 lotes. O projeto integra a Rede Nacional de Plataformas Logísticas e tinha um investimento inicial previsto da ordem dos 34 milhões de euros.