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Sérgio Pinto contra os preconceitos ao ensino politécnico

Novo presidente da Associação Académica da Guarda tomou posse

O novo presidente da Associação Académica da Guarda tinha «pavor» ao ensino politécnico. No discurso de tomada de posse, na última quinta-feira, Sérgio Pinto confidenciou que o IPG foi a sua última opção, mas que mudou de ideias quando veio para a Guarda. «É tempo de lutar contra os preconceitos», disse o sucessor de Nuno Silva, natural de Arcos de Valdevez, que está disposto a lutar pela melhoria da qualidade do ensino ministrado no Politécnico guardense e da acção social.

Sérgio Pinto considera que a nova sede, que deverá ser inaugurada em Março, é o projecto «primordial» da nova direcção e uma «força suplementar» para projectar a Guarda e o IPG no panorama nacional. De resto, a cerimónia de inauguração vai ficar marcada por uma homenagem a todos os presidentes da antiga Associação de Estudantes desde a criação do Politécnico. «Quem lutou por aquele edifício vai ser recordado através de uma fotografia e de uma placa evocativa na sala da direcção», promete o dirigente. Contudo, o presidente da Associação Académica da Guarda quer ver resolvida «quanto antes» a situação em que se encontra o Instituto, nomeadamente a fraca procura da Escola Superior de Tecnologias e Gestão (ESTG). «É necessário apurar responsabilidades para ultrapassar esta fase má. O IPG tinha quatro mil alunos há uns dois anos atrás, agora temos pouco mais que isso, acho que não estamos a progredir como o mercado necessita», refere Sérgio Pinto, anunciando para Maio, para além da tradicional Semana Académica, duas iniciativas de «grande relevo e afluência» na Guarda, mas o segredo é por enquanto a alma do negócio.

Mais crítica foi a intervenção de Nuno Silva, presidente cessante, que constatou que o IPG continua sem Escola Superior de Saúde e sem o curso de Telecomunicações em Seia, cujo pólo vê-se agora ameaçado pela Escola Superior de Turismo do Fundão. «Que realidade é esta? Estão a gozar com o dinheiro dos contribuintes», denuncia. Nuno Silva recordou ainda o «contexto esquisito» das últimas eleições da ESTG e sustentou que o sucesso da Escola Superior de Educação deve ser «um bom exemplo a seguir» no IPG. O ex-presidente acusou ainda o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CSISP) estar a «desvirtuar a essência do ensino politécnico» e de representar o «”lobby” de Leiria» pela transformação do Politécnico local em universidade. Por último, dedicou um «cumprimento especial» a João Raimundo, que apelidou de «velho alquimista». Nuno Silva admitiu não ter sido um «raimundista nato», mas disse-se obrigado a reconhecer ao ex-presidente do IPG e professor na ESTG «algum mérito».

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