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«Sempre acreditei no sector têxtil»

José Fiadeiro, professor na UBI e administrador da “Penteadora de Unhais”, dedica “prémio” às equipas com que trabalhou

O reconhecimento pelo passado industrial da Covilhã ligado à indústria têxtil e de lanifícios, que originou o epíteto de “Manchester” portuguesa até ao início dos anos 70, volta a marcar presença nas comemorações de mais um aniversário da elevação da Covilhã a cidade. José Miguel Fiadeiro, professor convidado na Universidade da Beira Interior (UBI) e actual administrador de “A Penteadora de Unhais”, personifica este sector fundamental no desenvolvimento da cidade e da região. Com uma vida profissional «sempre ligada ao sector têxtil», José Fiadeiro revela estar «bastante satisfeito» por ver reconhecido um mérito que «é de todas as equipas com quem trabalhei». «Não posso deixar de associar esta gentileza da Câmara a essas pessoas com quem tive o privilégio de trabalhar durante muitos anos na UBI, no CITEVE ou na Penteadora, onde estou há cerca de quatro anos. O mérito tem que ser repartido por estas pessoas», considera, garantindo que se há algum mérito na sua vida profissional foi o de ter acreditado «sempre» no sector têxtil e ter dado sempre «o máximo possível para conseguir atingir os objectivos em cada projecto que participei», revela a “O Interior”. É que «sem equipas dedicadas, responsáveis e competentes, o trabalho de um homem não é possível. É por isso que digo que o mérito ou sucesso na minha vida profissional deve-se em grande parte às equipas em que tive a honra de pertencer, coordenar e dirigir», sublinha. Com 54 anos de idade, José Fiadeiro conta no seu currículo uma vida profissional e académica sempre ligada à modernização e desenvolvimento do sector têxtil.

Licenciado em Engenharia Química e um doutoramento em Engenharia Têxtil, deu importantes contributos para o desenvolvimento do sector e para a «formação e reciclagem de conhecimentos» de quadros médios e superiores. «Sem falsas modéstias», considera mesmo ter dado um «grande contributo» nessas áreas por ter ajudado à criação do ensino superior na Covilhã, da Escola Tecnológica da Beira Interior (AFTEBI) para formar quadros intermédios e do CITEVE. Na parte empresarial, a sua contribuição tem sido «conseguir atingir» os objectivos traçados pela Penteadora – a melhor empresa têxtil do país em 2001 – de modo a torná-la «mais competitiva e contribuir para que a crise económica e social da região sejam menos graves», aponta. A coordenação de vários projectos nacionais e internacionais para a formação e qualidade do sector, a publicação de diversos artigos técnicos e científicos, monografias e co-autoria de livros específicos constam também do seu extenso currículo. Embora acredite que as indústrias de lanifícios se manterão na região – «desde que caminhem para empresas com estratégias de mercado» -, José Fiadeiro defende a existência de outras indústrias para «garantir económica e socialmente» o bem-estar das populações. «Continuarei a lutar pelas indústrias de lanifícios, mas espero de facto que existam outras alternativas para o desenvolvimento da região», adianta.

Liliana Correia

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