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Seminário dá impulso institucional à Plataforma Logística da Guarda

Jornada no Nerga serviu para apresentar projecto, abordar experiências empresariais semelhantes em Espanha e garantir apoios públicos

Durante a sua intervenção, este gestor do Grupo Luís Simões, accionista da PLIE, acrescentou que quem tem melhor logística «terá mais e melhor quota de mercado. Nós, portugueses, precisamos de quota de mercado, pois o centro da União Europeia está a deslocar-se para a Alemanha». Por isso, explicou que a PLIE quer materializar «um espírito de competitividade para a região, a criação de riqueza e ser um espaço marcante de integração das duas economias ibéricas». Características que o projecto da Guarda deverá almejar, até porque são iniciativas «como esta» que fazem reganhar a auto-estima e o entusiasmo da economia nacional, acredita. «Precisamos de reforçar o entusiasmo e projectos como este, ou uma sala como a que encontrámos no Nerga, ajudam a reforçar a auto-estima e a aumentar o entusiasmo», garante. Um optimismo partilhado por Augusto Mateus. O ex-ministro da Economia, que idealizou o empreendimento e é agora consultor da autarquia nesta matéria, também considera que este seminário foi um momento «muito importante» para a PLIE, na medida em que marcou o fim da concepção da ideia e o início da execução.

«Há uma candidatura a fundos públicos (INTERREG) – a decisão será conhecida em Junho -, que sendo condição necessária não são condição suficiente, uma vez que estas estão na sociedade criada onde há empresas âncora que dão vida a esta plataforma», refere, congratulando-se sobretudo com o facto do colóquio ter apontado para 2005 a instalação das primeiras empresas. «Vamos dar-lhe tempo para se desenvolver. Há aqui um processo de maturação de 4/5 anos em que não se pode estar sôfrego», avisa, contudo, não duvidando que a PLIE será «uma de várias “andorinhas” que farão a Primavera da economia portuguesa». O economista refere, por outro lado, que a logística é um assunto ainda «muito pouco trabalhado» em Portugal, mas muito importante e decisiva para o futuro do país, uma vez que é a forma de internacionalizar a produção e atenuar a nossa periferia no contexto europeu. «Periféricos geográficos sim, mentais não, já que a logística é, do ponto de vista físico, através da inteligência e organização, a forma de tornar curta a grande distância», sustenta Augusto Mateus.

E para tirar proveito desse desafio na Guarda haverá que criar a PLIE e aproveitá-la, diz, sublinhando que os promotores irão «provar que se as coisas forem bem pensadas, planeadas e executadas, vão ter sucesso. Trabalhar com eficiência, rigor para sustentar níveis mais elevados de riqueza e de emprego, serão esses os princípios orientadores da PLIE», garante Augusto Mateus, que acredita que a logística está-se a impor porque as redes entre empresas «obrigam a entrar em procedimentos logísticos globais». Por outro lado, as micro e PME’s precisam de substituir os factores competitivos do passado, «que já estão “mortos”, como os salários baixos», tendo chegado a hora de apostar na «eficiência, qualidade, diferenciação, em novos factores de sustentar empregos e criar riqueza. A logística serve esses factores novos», considera o economista.

Luis Martins

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