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Seia é vice-campeão de xadrez

GX Guarda salvou a “honra” e terminou Nacional na quinta posição

O Clube de Xadrez de Seia não venceu o Nacional da Iª Divisão, que terminou domingo em Évora, por uma “unha negra”. Os senenses perderam o título para a Academia de Gaia pela diferença mínima (2,5-1,5) no grande jogo da última jornada e arrecadaram o ceptro de vice-campeões. Nada mau para quem participa pela terceira vez consecutiva no “top ten” do xadrez português. Épica foi mesmo a participação do Grupo de Xadrez da Guarda. Os seus únicos quatro xadrezistas salvaram a “honra” de um dos históricos da modalidade no nosso país ao conseguirem um honroso quinto lugar da geral.

O CX Seia terminou a prova com sete vitórias, um empate e uma única derrota, justamente frente ao novo campeão nacional. O clube apresentou cinco espanhóis (Alfonso Homes, Manuel Candelario, Salvador Angelis, Francisco Alonso e Amador Gonzalez), um francês (Igor Nataf) e três portugueses (Catarina Leal, António Fróis e Carlos Carneiro). Uma “armada” estrangeira que tropeçou frente ao Barreirense, mas o empate inaugural foi apenas um percalço no brilhante campeonato dos senenses. A confirmação de que eram candidatos ao título aconteceu à quinta ronda com a vitória (3-1) sobre o Boavista e prosseguiu na sétima partida frente à Académica (2,5-1,5). Dois resultados que abriram caminho para o pódio e permitiram ao CX Seia ultrapassar os conimbricenses, em igualdade pontual, na recta final. «É uma honra sermos vice-campeões, porque durante o ano lutamos contra muitas dificuldades em termos de apoios», refere José Luís Abrantes, presidente do clube também campeão da zona Norte da II Divisão, que conta agora capitalizar o título com a criação de uma academia de xadrez. «Queremos encontrar novos campeões para sustentar a actividade do clube nos próximos anos, para além de que vamos protocolar com a autarquia a atribuição de bolsas a oito jovens carenciados do concelho para a prática do xadrez», revela.

Mas o futuro pode estar ameaçado pela crescente participação de xadrezistas estrangeiros no Nacional. O dirigente considera que há uma vantagem a aproveitar dessa presença, pois os campeões são geralmente «bons professores nos clubes». Mas também um grande inconveniente, já que os jogadores menos dotados são ultrapassados. «O que é um facto é que o Nacional está cada vez mais competitivo e isso é extremamente positivo», garante José Luís Abrantes. O mesmo considera António Ferreira, presidente do GXG: «Já há poucos amadores neste nível», lamenta, constatando que os seus adversários estão a contratar bons profissionais de ano para ano, enquanto os guardenses alinharam com a equipa mais curta do campeonato. Kevin Sppragett, Stuart Conquest, António Ribeiro, António Ferreira jogaram todas as partidas de uma prova «muito dura para quatro jogadores», garante, admitindo que nestas condições as opções são poucas. «Ou contratamos mais um profissional ou então vamos descer de divisão em 2006», augura.

Desta vez foi por pouco. «Era impossível fazer melhor, mas os desempenhos de Kevin Spraggett e sobretudo de Stuart Conquest, que fez uma prova fabulosa, evitaram o pior», analisa António Ferreira, que, mesmo assim, se congratula por ter ficado à frente do Diana de Évora, que alinhou com quatro profissionais. Mas o futuro vai ter que ser assim, mau grado a inscrição de mais um jogador de topo representar para o GX Guarda uma despesa acrescida de 2.500 euros. «Nada feito se não houver um patrocínio ou mais apoios, porque não temos dinheiro», avisa. A performance do GX Guarda, campeão em 2002 e 2003, saldou-se em cinco vitórias e quatro derrotas.

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