Arquivo

Segundo contact center da Altice inaugurado na Guarda

Responsáveis da Randstad admitem poder vir a criar até 200 postos de trabalho nos próximos cinco anos para dar apoio a clientes em França

Quarenta e duas pessoas já estão a trabalhar, na Guarda, no segundo contact center da Altice em Portugal. Este serviço de apoio a clientes da operadora de comunicações SFR, em França, está instalado no parque municipal e foi inaugurado na passada segunda-feira.

Nesse dia, mais 40 pessoas iniciaram formação para trabalhar naquele contact center. «Contamos criar 115 postos de trabalho até ao final do ano e temos capacidade para gerar, a médio prazo, cerca de 180 empregos na Guarda», declarou José Miguel Leonardo na cerimónia de abertura. O diretor-geral da Randstad Portugal, que presta o serviço à Altice, a dona da PT, acrescentou que ser poderá chegar «aos 200 trabalhadores com os desfasamentos de horários» e lembrou que a empresa tem em curso uma campanha de recrutamento (www.randstad.pt) para assistente de atendimento inbound, sendo a fluência em francês um requisito preferencial. «Há alguma dificuldade em recrutar pessoas, mas damos formação em francês e informática, bem como um salário acima do ordenado mínimo nacional», disse o responsável.

O contact center da Altice ocupa o pavilhão do parque municipal, onde antes laborou o “cal center” da Adecco, que fechou portas no verão de 2013 sem nunca ter gerado os 250 postos de trabalho anunciados. Um cenário que Álvaro Amaro não quer ver repetido: «No passado houve um investimento brutal sem nenhuma garantia de compensação, mas desta vez assinámos um contrato de cinco anos com uma cláusula de reversão caso o projeto não se concretize na sua plenitude. Mas eu espero que o possamos prolongar», afirmou, por sua vez, o presidente da Câmara. Álvaro Amaro considerou que são «investimentos destes que tornam Lisboa cada vez mais perto da Guarda» e, quando confrontado pelos jornalistas por se tratar de emprego precário, afirmou que «o emprego não tem tipologia, mas também quero emprego altamente qualificado para a Guarda, pois todos os postos de trabalho são bons numa terra que vê “fugir” os seus filhos».

Já o ministro da Solidariedade, Trabalho e Segurança Social assinalou que o desemprego «tem vindo a descer, mas ainda é elevado», apesar da «resiliência dos portugueses, das reformas laborais e do crescimento da economia». Pedro Mota Soares acrescentou que criar emprego «é a grande preocupação dos portugueses e do Governo». O protocolo celebrado em maio entre a Câmara e a Randstad refere que a autarquia cobra uma renda mensal de 670 euros durante os cinco anos de vigência do contrato. Em contrapartida, investiu cerca de 183 mil euros na adaptação e equipamento do edifício. Caso não cumpra o prazo do acordo, a Randstad terá que indemnizar o município pelo valor dos trabalhos que ainda não tiverem sido amortizados.

Luis Martins Serviço foi inaugurado pelo ministro da Solidariedade, Trabalho e Segurança Social, Pedro Mota Soares

Comentários dos nossos leitores
antonio vasco s da silva vascosil@live.com.pt
Comentário:
O nosso presidente continua assim a dar nas vistas … Pois bem, senhor presidente, a Guarda não é Lisboa, é interior e, como tal, pensar em grande numa região como a nossa está condenado ao fracasso. Aquilo que a Guarda precisa é que a Câmara baixe os impostos municipais, que os custos da eletricidade nesta região diminuam, as portagens para as famílias e empresas acabem, que o IMI seja reduzido, que as tarifas com a agua sejam reduzidas… O que a gente da nossa Guarda precisa é de uma politica virada para as pessoas e não para os grandes grupos económicos! (…)Vamos continuar a ver partir os jovens e quando esta “maravilha” for embora vai levar para o desemprego mais 180 pessoas. O problema do interior está em que estes políticos não o querem ver. (…) A regionalização tem de se impor com as tais medidas para que as empresas ditas “elefantes” possam ver nesta região uma área a ter em conta. Temos estruturas sólidas a nível de condições , mas falta o mais importante e esse só com um presidente bairrista, regionalista, com medidas que salvem as famílias e as empresas.
 
antonio vasco s da silva vascosil@live.com.pt
Comentário:
A Câmara investiu 183 mil euros! Coisa pouca… Não serviu de exemplo a Adecco? Não vejo que este projeto possa manter-se muito tempo, todos sabemos que a crise que atravessa Portugal, onde o interior está mergulhado no abismo e afundado por falta de uma visão estratégica governamental, onde a carga fiscal nos é colocada a um nível superior (…), antevejo para este projeto o mesmo. Ou seja, o fecho desta “maravilha”. Quando as empresas se capacitarem e mentalizarem que não têm de usar a mão de obra paga ao desbarato, tendo que pagar para recrutar emprego numa zona tão massacrada pelo investimento publico e onde muito nos tem sido tirado, a começar pelas portagens nas antigas scut. Aquilo que a Guarda precisa para atrair investimento é a Câmara passar a usar incentivos fiscais, baixando os impostos e tarifas municipais. Esta ajuda devia estar direcionada para os empresários de tarimba familiar da nossa Guarda que, com um projeto sólido de criação do seu próprio emprego, pudesse fazer com que muitas famílias não tivessem de deixar a Guarda. Esta classe de empresas familiares que fixavam as pessoas foi delapidada pelo Governo nestes últimos anos. O IVA da restauração, o retirar de serviços aos taxistas e muito mais. Ao ajudar este “call center”, a Câmara ao ajudar usa a política que o PSD/CDS nos vêm habituado, ou seja, tenta salvar com um tapete os grandes interesses económicos (…), e não se apercebe que são estas empresas as primeiras a dar o fora, arrastando para o desemprego milhares de trabalhadores. O problema está na base e a Câmara vai ter dificuldade em reaver o investimento que acaba de fazer, bem me queria enganar, mas, fatalmente, será assim um dia.
 

Sobre o autor

Leave a Reply