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Segunda tentativa para vender Hotel Turismo

Hasta pública da passada quinta-feira ficou deserta, a próxima deverá realizar-se no final do mês e por muito menos dinheiro que os 1,7 milhões pedidos inicialmente

Ainda não foi desta que o Hotel Turismo da Guarda encontrou um novo proprietário. Tal como era expectado na cidade, a hasta pública agendada para a passada quinta-feira pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças ficou deserta devendo realizar-se novo procedimento no final deste mês.

A decisão foi divulgada por Álvaro Amaro na inauguração da Feira Ibérica de Turismo, realizada nesse dia. O imóvel foi à praça por 1,7 milhões de euros, pouco mais de metade dos 3,5 milhões que o Estado pagou à Câmara da Guarda em maio de 2011, e sob condições, mas «não apareceu ninguém interessado no negócio», adiantou o presidente da autarquia. Falhada esta «primeira etapa», o edil usou o jargão do ciclismo para dizer que «agora é que é a “etapa rainha”, mas que pode ter etapas diferentes». Isto é, o histórico hotel pode ser vendido por hasta pública do direito de superfície e com a redução do preço de 1,7 milhões de euros «para metade» por um período entre os 30 e 40 anos – «eventualmente nos 30 para baixar mais o preço», acrescentou –, ou através de concurso público por negociação. Neste caso, o potencial comprador adquire o direito de superfície e terá direito de opção de compra no prazo da concessão.

«Mas pode acontecer que o Estado venha a chamar os interessados em adquirir o direito de superfície para negociar diretamente pela melhor oferta», acrescentou Álvaro Amaro. O presidente do município revelou depois que para uma destas etapas «já há um candidato», mas escusou-se a dizer qual a solução que prefere e quem é o interessado. Recorde-se que o novo proprietário do imóvel, que pertence atualmente ao Turismo de Portugal, fica obrigado a manter o seu uso turístico, através da instalação de um empreendimento turístico hoteleiro pelo prazo de 30 anos, e à conclusão das obras de recuperação do edifício e início da sua exploração turística no prazo máximo de quatro anos.

O Hotel Turismo foi inaugurado em 1947, seguindo um projeto de Vasco Regaleira, e chegou a ser uma unidade hoteleira de referência e das mais caras a nível nacional. Em outubro de 2007 passou para as mãos da autarquia, depois da rescisão do contrato com a Predial das Termas. Dos 110 quartos disponíveis antes já só eram utilizados 59, fundamentalmente para participantes de atividades promovidas pela Câmara ou grupos. A unidade fechou portas em novembro de 2010, pouco depois da Assembleia Municipal ter decidido a dissolução da Sociedade Hotel Turismo e a venda do imóvel ao Turismo de Portugal. Em maio de 2011, a Câmara, então presidida por Joaquim Valente, vendeu o imóvel ao Turismo de Portugal por 3,5 milhões de euros para ser recuperado e transformado em hotel de charme com escola de hotelaria. Contudo, o projeto, que incluía um investimento de cerca de 10 milhões de euros, não saiu do papel e o edifício está de portas fechadas e a degradar-se desde novembro de 2010.

Luis Martins Novo proprietário poderá adquirir direito de superfície ou ser encontrado através de concurso público por negociação

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