Nascida em 2007 e atualmente constituída por seis elementos, desde professores universitários a empresários, a banda “Sexta-Feira Santa” começou o seu caminho numa pequena garagem. Expectável ou não, hoje a banda é uma das mais carismáticas da região devido em parte ao espetro variado de géneros musicais que interpretam, sempre com um toque único e “santificado”.
Com idades compreendidas entre os 20 (e poucos) e 50 (e poucos) anos, os seus elementos têm em comum o invariável gosto pelo blues, rock e country, aliado a uma enorme entrega e paixão por tudo o que à música diz respeito. O mais curioso, coincidência ou não, é o nome escolhido. Como sabemos, Sexta-Feira Santa é o dia em que se evoca a crucificação de Jesus Cristo e a sua morte no Calvário. Será, portanto, que essa espiritualidade desceu até à terra para santificar esta banda? Ao que parece, sim. O nome foi pensado e escolhido exatamente numa Sexta-Feira Santa por ser «impactante e com força». Contudo, não foi apenas o misticismo que influenciou a decisão destes “loucos pela música”. Carolina Cabaços, a vocalista e única mulher da banda, com apenas 24 anos e a terminar o curso de Medicina, explica que também o facto do grupo ensaiar, por norma, todas as sextas-feiras e esse dia ser o «momento mais bonito, mais santo» das suas semanas foi um fator preponderante. E assim “nasceram” os beatificados “Sexta-Feira Santa”.
Da Feira Ibérica de Turismo (FIT) a concertos no TMG e no Motoclube da Guarda, passando pela Feira das Tradições em Pinhel, a banda já atuou em vários pontos da região e do país. Na passada sexta-feira foi a vez do Freixinho, uma pequena aldeia (com pouco mais de 30 habitantes) localizada no concelho de Pinhel, ouvir “a cena” – como eles gostam de lhe chamar – dos “Sexta-Feira Santa”. Uma banda abençoada que transporta quem a ouve para sítios inimagináveis através de interpretações repletas de emoção e harmonia. E essas são, de facto, duas das palavras-chave da sua carreira. De acordo com Carolina Cabaços, o que distingue os “Sexta-Feira Santa” de outros grupos musicais é o facto de existir um equilíbrio que «não se sobrepõe ao brilho individual de cada um»: «Quando algum de nós está a ter o seu momento, os outros baixam o tom, deixam-no brilhar», refere.
Mas será que a banda tem pernas para andar? A vocalista está convicta que sim: «Dizem que o amor é eterno enquanto dura. Isto também é eterno enquanto dura, mas se eu puder, e acho que falo por eles também, durará para sempre». Já Rui Correia, psicólogo de profissão e guitarrista dos “Sexta-Feira Santa”, acrescenta que o objetivo é «tocar melhor do que a última vez», alimentando um jogo de superação que tem permitido à banda caminhar. E passados dez anos há várias recordações que ficaram. Carolina Cabaços lembra, por exemplo, o dia 25 de agosto de 2012, data da entrada oficial do “amigo Rui” para o grupo: «Atuámos no TMG e o Rui começou a tocar oficialmente connosco», recorda, acrescentando que o guitarrista é «uma peça fundamental» e que foi a partir daí que a banda cresceu. Por agora, o foco destes músicos é a atuação que vai fechar a FIT, a 1 de maio.
Sara Guterres
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