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Sampaio quer maior aposta no turismo histórico

Presidente da República aplaudiu o Museu Judaico de Belmonte que tem condições para captar muitos turistas estrangeiros

Um verdadeiro “banho de gente” recebeu na última segunda-feira Jorge Sampaio na sua passagem por Belmonte em mais um dia da Presidência Aberta dedicada ao turismo. Depois de visitar o único Museu Judaico do país, o Presidente da República defendeu a importância de Portugal apostar mais no turismo histórico e não apenas no sol e na neve. O chefe de Estado exemplificou com o caso da Rota das Antigas Judiarias da Serra da Estrela que, devidamente publicitada no exterior, poderá atrair turistas dos quatro cantos do globo.

Jorge Sampaio sublinhou que, entre as várias formas de turismo existentes, «as regiões têm que escolher» aquelas que as possam tornar mais conhecidas e captar mais visitantes. Neste sentido, «não falando apenas, naturalmente, na serra, no sol e na neve, e em tudo o que isso significa, há também o turismo histórico que não pode ficar para trás», realçou. Do mesmo modo, deve ser feito um esforço «não apenas» para que «os portugueses visitem outras zonas do país onde não vivem», mas sobretudo para que Portugal tenha capacidade de atrair estrangeiros «que são quem nos vai trazer mais emprego», frisou. Assim, «um turismo histórico que faça a Rota das Antigas Judiarias da Serra da Estrela é um elemento que, devidamente publicitado e lançado no exterior, traz obviamente judeus de todo o mundo com interesse em verem o que se está a fazer», considerou. De resto, Belmonte «tem beneficiado disso e assim deve continuar a ser», enalteceu, saudando a construção do Museu Judaico, «criteriosamente feito», e que «pode continuar a ser uma fonte de atracção do vário património judaico que existe em Portugal». Por outro lado, afirmou que o museu «qualifica Belmonte» ao mesmo tempo que «acrescenta culturalmente uma dimensão» à Aldeia Histórica «importante para portugueses e estrangeiros, judeus e não judeus».

No entanto, e apesar de elogiar o espólio encontrado no museu, Sampaio deixou um pequeno reparo a rever a curto prazo: «Já disse a todos os responsáveis que têm que incluir agora o Inglês nas vitrinas, porque isso, obviamente, faz com que os estrangeiros consigam perceber melhor», sugeriu. Também Jorge Patrão, presidente da Região de Turismo da Serra da Estrela, afinou pelo mesmo diapasão do PR, sublinhando que «não haverá turismo credível se não houver centros históricos qualificados». Quanto ao Museu Judaico, que já teve milhares de visitantes em poucos meses de funcionamento, «prova que investimentos deste tipo podem ser auto-suficientes», enalteceu. Já o autarca belmontense, Amândio Melo, salientou que o seu município possui um património «riquíssimo, único e invejável em todo o país. O que é preciso é mostrá-lo e é isso que estamos a fazer», salientou, esperando que a vila possa beneficiar com a vinda de Jorge Sampaio. Para além de Belmonte, o Presidente da República esteve ainda em mais três concelhos do distrito de Castelo Branco: Vila Velha de Ródão, Oleiros e Penamacor, onde defendeu que a preservação da natureza e o desenvolvimento de uma economia sustentável devem andar lado a lado. De visita à Reserva Natural da Serra da Malcata, o chefe de Estado ouviu o autarca penamacorense, Domingos Torrão, lamentar o estado de «completo definhamento» a que a área protegida chegou.

Ricardo Cordeiro

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