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“Ruminagem” n’A Moagem

Os Encontros de Criação com Arqueologia Industrial prosseguem sábado, no Fundão, com um espectáculo performativo de Miguel Cabral, Carlos Santos e João Silva

Uma instalação/escultura, que é também um “instrumento” muscial complexo, é o centro do espectáculo performativo agendado para a Moagem, no Fundão, no sábado à noite, no âmbito do Planshister – Encontros de Criação com Arqueologia Industrial.

Intitulado “Ruminagem”, esta criação resulta do trabalho desenvolvido em residência artística por Miguel Cabral, Carlos Santos e João Silva, da Associação Granular, que ali estão a trabalhar desde domingo. A arqueologia industrial é um apetecível domínio de exploração para a arte transdisciplinar, sendo nesse âmbito que Miguel Cabral trabalha no “Projecto: Moagem”, com a colaboração de Carlos Santos e João Silva. As máquinas e o “entulho” que testemunham o passado deste edifício fabril dedicado à moagem de cereais no início do século XX são utilizados de múltiplas formas pelo trio. À vertente performativa que este “instrumento” proporciona serão adicionadas as recolhas áudio e vídeo efectuadas no próprio local, «integradas ao longo da actuação como memórias virtuais de um tempo que não existe mais», adianta a produção.

Os protagonistas deste espectáculo são o percussionista Miguel Cabral, que tem apostado na construção e no uso de instrumentos musicais inventados por si a partir da reciclagem de mecanismos de utensílios do quotidiano. A sua arte sonora tem-se distinguido no domínio do experimentalismo português. Já Carlos Santos é um dos mais importantes nomes da música feita com computadores no nosso país, sendo um dos grandes especialistas na captação e tratamento de “field recordings”. Por sua vez, João Silva impôs-se como uma das principais figuras da vídeo-arte nacional, desenvolvendo igualmente trabalho experimental na área da música, seja com electrónica ou com instrumentário tradicional como o harmonium e os sinos tibetanos. O Planshister é co-organizado pel’ A Moagem e pela Quarta Parede – Associação de Artes Performativas da Covilhã.

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