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Rui Costa desenvolve novas bases para o tratamento de Parkinson

Cientista guardense publicou estudo na revista “Nature” que pode ajudar na compreensão de doenças neurodegenerativas e do foro psiquiátrico

O guardense Rui Costa acaba de desenvolver um método inovador para registar e medir a atividade dos chamados gânglios da base, um grupo de núcleos no cérebro humano ligados ao tálamo, córtex e tronco cerebrais. O estudo sobre este método acaba de ser publicado na revista científica britânica “Nature” e, de acordo com o cientista, pode «lançar novas luzes» na compreensão de doenças que afetam esta parte do cérebro, como Parkinson, Huntington ou outras doenças do foro psiquiátrico.

A O INTERIOR, o investigador principal do Programa de Neurociências da Fundação Champalimaud adiantou que o seu estudo «investiga a forma pela qual iniciamos o movimento. Há nos gânglios da base dois circuitos, direto e indireto, que são importantes para o movimento, e que estão afetados nessas doenças», esclarece Rui Costa, acrescentando que «até agora havia a ideia de que um promoveria e o outro inibiria o movimento. Contudo, estudámos um método para medir a atividade neural nestes dois circuitos e descobrimos que estão ambos ativos durante a iniciação do movimento». O guardense destaca ainda a importância do seu estudo ter sido publicado na mais conceituada revista científica do mundo. «Sendo uma publicação de prestígio na área da ciência, tem uma grande visibilidade a nível internacional, o que contribui para a divulgação do trabalho», declarou Rui Costa, sublinhando que «é algo importante não só para mim e para a minha equipa, mas para o panorama científico nacional».

Entretanto, o cientista está também envolvido num dos dois projetos vencedores da iniciativa Tecnologias Futuras e Emergentes da União Europeia (Future and Emerging Technologies Flagship Initiative). Rui Costa integra um projeto internacional, que reúne mais de uma centena de equipas, e que pretende simular o cérebro humano numa máquina de silício para o conhecer melhor e curar doenças. A iniciativa vai receber um financiamento de 1,19 mil milhões de euros da Comissão Europeia nos próximos dez anos e, para Rui Costa, poderá fornecer «novos contributos para a compreensão da complexidade dos circuitos neurais» que formam o cérebro humano. Recorde-se que as investigações deste guardense foram distinguidas por duas vezes no ano passado com o Young Investigator Award da Society for Neuroscience (15 mil dólares) e pelo Instituto Médico Howard Hughes, dos Estados Unidos recebendo 518 mil euros.

Fábio Gomes Rui Costa, investigador principal do Programa de Neurociências da Fundação Champalimaud, continua em destaque no mundo científico

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