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Rua das Lameirinhas transformada em “lago” quando chove

Moradores queixam-se que a situação se arrasta desde 1997, mas Câmara da Guarda garante já ter uma solução

Alguns moradores da Urbanização Quinta do Barroco, no Bairro das Lameirinhas, na Guarda, estão “pelos cabelos” com uma situação que se arrasta, garantem, desde 1997. O mau estado da rua, com vários buracos, aliado à inexistência de uma sarjeta ou qualquer outro sistema de escoamento, fazem com que remanesça um enorme lençol de água cada vez que chove e que chega a ocupar toda a via, causando enormes transtornos aos moradores.

«Moramos aqui em frente e quase que temos que entrar em casa de barco», desabafa António Batista Bolota, que foi morar para a Quinta do Barroco em 1995 onde, passados dois anos e sempre que chove, passou a “conviver” com um autêntico “lago” mesmo à porta da sua casa. «Queremos entrar para as nossas casas e temos que ir dar uma grande volta quando chove», diz, assegurando que a situação está «cada vez pior» e a rua a deteriorar-se de dia para dia. Aliás, nem é preciso cair uma grande tromba de água para o cenário ficar bastante desagradável, já que «basta chover uma coisa insignificante para a rua ficar logo cheia de água», garante. Pelo que não é de estranhar que os moradores estejam «revoltados» com uma situação que está para ser resolvida pela autarquia «há oito anos», lamenta o morador. O pior é que, para além do problemas dos buracos na via pública, «as águas já começam a infiltrar-se nas garagens e começa a ficar tudo cheio de humidade», denuncia António Batista Bolota.

Não é por falta de insistência dos moradores junto da Câmara da Guarda que o assunto não foi já resolvido, tendo sido inclusive entregue na autarquia e na Junta de Freguesia da Sé um abaixo-assinado subscrito por 30 pessoas. No documento, os moradores requerem uma solução e protestam contra o «mau estado em que se encontra a referida rua, motivado essencialmente por deficiências de construção e mau escoamento das águas pluviais». Desde 1997, altura em que ficou notório que a rua tinha problemas de escoamento de águas e de buracos, que os quatro moradores mais afectados pela situação se deslocavam «quase todas as quartas-feiras» aos Paços do Concelho para reunirem com o vereador Esmeraldo Carvalhinho. «Dizia-nos que o processo estava a andar, que deixássemos vir melhor tempo, mas o que é certo é que o assunto nunca mais foi resolvido», queixa-se aquele habitante, que garante que a rua «nunca levou nada, nem uma camada de alcatrão». Entretanto, depois das visitas «frequentes» à edilidade, António Batista Bolota viu o assunto ser transferido para as “mãos” de António Patrício, director do departamento de obras municipais.

Pouco depois, uma engenheira da autarquia foi ver o estado da rua: «Disse-me que o problema ia ficar resolvido, só que tudo está como dantes», indica. Nem o facto das eleições autárquicas estarem relativamente próximas deixa os habitantes daquela zona da cidade mais confiantes de que o problema venha finalmente a ter resolução, uma vez que «de promessas estamos nós fartos, até de mais», avisa. «Esperamos que o assunto possa ser resolvido antes das eleições, porque isto já se arrasta há demasiado tempo», considera António Batista Bolota. Contactado por “O Interior”, António Patrício garante que «já está prevista uma solução» para o problema, adiantando que a mesma poderá ser aplicada no terreno dentro de pouco tempo. «Estamos a pensar avançar muito brevemente com uma solução com o recurso às equipas da Câmara através de uma intervenção por administração directa», indica, reconhecendo tratar-se de uma «situação complicada» para os moradores.

Ricardo Cordeiro

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