«A oferta turística da nossa região está longe de responder aos visitantes. Não há uma proposta global, nem uma malha de eventos que atraia visitantes», criticou o presidente da Câmara da Covilhã durante a sessão comemorativa do Dia da Cidade. Na sua intervenção, Carlos Pinto chegou mesmo a reclamar «um novo modelo organizativo» da promoção turística.
As críticas visaram a Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE), apesar desta entidade nunca ter sido referida. O autarca preferiu usar o termo «estrutura» para falar da RTSE: «Quando os objectivos não estão a ser alcançados, ela tem de mudar ou teremos que procurar outra», avisou, referindo que a concorrência actual não se coaduna com uma estrutura que «só existe para distribuir panfletos e levar um “stand” de uma feira para outra». Para o autarca, não se tem apostado o suficiente na imagem da Serra, nem dos seus concelhos, para colocar a região como destino turístico. E nem os mais de 668 milhões de euros previstos para investir na região animam o autarca, visto tratar-se de «intenções». Apostado em transformar a Covilhã num destino de excelência nas vertentes patrimonial, cultural e de natureza, Carlos Pinto defende a necessidade de adoptar um novo modelo organizativo, «capaz de vender o produto Serra da Estrela e de captar turistas».
O autarca disse também que «vários municípios» partilham do mesmo ponto de vista, mas não revelou quais. No entanto, estas «preocupações» pretendem sobretudo «abanar consciências» de forma a tomar um novo rumo na promoção turística, nem que para isso as Câmaras tenham que disponibilizar um «orçamento mais significativo» à RTSE. Caso contrário, Carlos Pinto pondera partir «obviamente para uma nova estrutura», semelhante à adoptada no vizinho Fundão, que saiu da RTSE em 2003 pelos mesmos motivos agora invocados. Isto é, um organismo próprio de promoção do município. Contactado Jorge Patrão, o presidente da RTSE não quis comentar as críticas do autarca, até porque «se dirigiu sempre a uma estrutura e não à Região de Turismo».