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Rota de Arte Rupestre ganha forma

Apresentada primeira selecção de sítios rupestres entre o Vale do Tejo e o Vale do Côa

A Rota de Arte Rupestre da Beira Interior, apresentada em Janeiro, deu mais um passo rumo à sua conclusão, que, contudo, ainda não está para breve. Na passada quinta-feira foi apresentada no Governo Civil da Guarda uma base de trabalho com os diversos sítios que a vão integrar e proposto um documento fundador, que será assinado por todas as entidades fundadoras.

No distrito de Castelo Branco os sítios rupestres escolhidos são o complexo de Arte Rupestre do Vale do Tejo (Fratel), a sala de Arqueologia de Vila Velha de Rodão, o Museu Francisco Tavares de Proença Júnior (Castelo Branco), o vale do Zêzere (Barroca, Fundão), diversos pontos em Unhais da Serra (Covilhã) e a Lapa da Moura (Idanha-a-Velha). Já no distrito da Guarda estão referenciados os museu da Guarda e do Sabugal, a Estela de Vilar Maior (Sabugal), a estátua-menir de Ataúdes, as lapas do Poio da Ladeira e o abrigo do Poço Torto (todas em Figueira de Castelo Rodrigo), o abrigo da Ribeira das Casas e o Outeiro do Galinho (Almeida), a estátua-menir de Longroiva (Mêda) e os complexos do Vale do Côa e Douro Superior (Foz Côa, Pinhel e Figueira). Apesar de alguns locais exigirem um estudo mais aprofundado, compõem esta base de trabalho os valores rupestres que permitam o alargamento do conceito desta arte a toda a produção pré e proto-histórica regional, integrando também esculturas pré-históricas guardadas em museus e casas particulares, além dos sítios propriamente ditos. Sobre as zona escolhidas, José Afonso, director da delegação regional do IPPAR de Castelo Branco, que lidera o projecto, assume que a rota «não deve ultrapassar estes limites, porque eles já são bastante largos nesta região interior», mas acrescenta que seria «impensável não incluir os núcleos do médio Tejo ou de Foz Côa».

Na reunião surgiu ainda a proposta de elaboração de um documento que simbolize um acordo «estratégico e credibilizador» junto da opinião pública. A declaração será assinada pelo IPPAR e restantes entidades envolvidas a 18 de Abril, Dia Mundial dos Monumentos e Sítios Históricos, em local a designar. Segundo José Afonso, este protocolo permitirá «cimentar uma relação de unidade e de vontade entre todas estas entidades, Governos Civis e Câmaras Municipais». Está ainda previsto para breve a elaboração de dois DVD’s, um de índole turística e outro de carácter cultural, este com uma estrutura cronológica e informação desde o Paleolítico até à Idade do Ferro. A Rota de Arte Rupestre da Beira Interior pretende divulgar e rentabilizar o património arqueológico identificado entre o Vale do Tejo e o Vale do Côa, tendo como «eixo central» a A23.

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