A Comissão Organizadora das Comemorações do 25 de abril na Guarda assinalou, na segunda-feira, a Revolução de 74, num almoço que reuniu cerca de 50 pessoas. Antes, os participantes espalharam alguns balões pelo Jardim José de Lemos com as cores da bandeira de Portugal.
«É a comemoração efetiva daquilo que foi e o que representa o 25 de abril», explica um dos dinamizadores do encontro. Albino Bárbara refere que, «mais velhos e mais novos, todos estamos metidos neste “processo” e é interessante, porque continuamos a acreditar que o 25 de abril trouxe uma mensagem, que se centra na democracia, liberdade e justiça social». Para além de ter servido para lembrar a data, a iniciativa teve como objetivo a consciencialização da situação atual do país, 37 anos depois da revolução. «Mesmo nesta sociedade “madrasta” que evolui contrariamente ao que estávamos a pensar, julgamos que ainda é muito possível que essa mensagem da justiça social seja uma realidade», refere o responsável. De resto, Albino Bárbara considera «fundamental» a colaboração por parte do poder político, «que tem de tomar determinado tipo de atitudes com as quais estaríamos de acordo, tais como a implementação de um salário mínimo e máximo, uma reforma mínima e máxima, e que ninguém a nível do estado recebesse mais que o Presidente da República», até porque, considera, «as políticas atuais são baseadas na globalização capitalista».
Relativamente aos valores preconizados pelo 25 de abril, Albino Bárbara defende – «e essa é outra das ideias deste encontro» – que «aqueles que passaram por aquele tempo sejam capazes de transmitir uma mensagem aos mais novos de uma sociedade mais socialmente mais justa». Presentes na iniciativa estiveram algumas crianças e jovens que, misturados com os mais velhos, começaram a “beber” o espírito da “revolução dos cravos”. «Os jovens que aqui estão são oriundos de famílias que vivem esta problemática do 25 de abril e, até por isso, esta iniciativa tem pernas para andar, temos adeptos desta causa. Podemos estar meia dúzia a comemorar, mas esta mensagem continua a passar», assegura.
Rafael Mangana