Arquivo

Requerida instrução do processo do desastre na A23

Advogado da maioria das vítimas alega falhas na acusação do Ministério Público

João Marcelo, advogado da maioria das vítimas do desastre na A23, que matou 17 pessoas, aponta falhas à acusação do Ministério Público (MP) e já pediu a instrução do processo.

De acordo com o advogado, citado pela agência Lusa, há perícias que não estão incluídas no processo e que indicam que o condutor do autocarro acidentado pode ter responsabilidades no sinistro. A 5 de Setembro último, o MP acusou a condutora do veículo ligeiro de homicídio por negligência, por «falta de atenção e cuidado» ao ultrapassar o autocarro. Entre os documentos está um relatório pericial subscrito por técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e Instituto Superior Técnico (IST). No requerimento de instrução, João Marcelo destaca as «contradições e lacunas» do relatório pericial. «Pedimos que fossem juntas outras perícias, que vão no sentido de ser o condutor do autocarro o responsável pelo acidente, por invadir a semi-faixa da esquerda ao ser ultrapassado», declarou.

Uma situação que, segundo o advogado, já se alterou, uma vez que o requerimento de instrução que entregou «implica que o condutor seja constituído arguido», cabendo ao juiz decidir «se é ou não pronunciado e se é ou não julgado», adiantou, revelando que o processo cível em que vão ser pedidas indemnizações vai correr «à parte, devido à complexidade do caso». João Marcelo, que representa as famílias de 14 das vítimas mortais e ainda 17 feridos, acrescentou não ter ainda elementos para apurar o montante que poderá ser pedido, mas é certo que o seguro do veículo ligeiro, no valor de 1,8 milhões de euros «é insuficiente». No entanto, refere que o processo «já tem elementos sem relevância para culpa no processo-crime, mas que são suficientes para ir contra a seguradora do autocarro no processo cível». O seguro deste veículo cobre responsabilidade civil até 50 milhões de euros.

Sobre o autor

Leave a Reply