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Requalificação precisa-se no campo da Batalha de Trancoso

Todos os anos, a 29 de maio, os portugueses derrotam os castelhanos no planalto de São Marcos na recriação da célebre batalha de Trancoso, travada naquele dia nos idos de 1385.

Trata-se de uma data importante da História portuguesa e é recordada com pompa e honras militares na “cidade de Bandarra”, que a escolheu para comemorar o Dia do Concelho. Tudo porque foi o prenúncio da decisiva Batalha de Aljubarrota, de 14 de agosto do mesmo ano, que entregou definitivamente a Coroa Portuguesa ao Mestre de Avis, D. João I, e selou a independência de Portugal do reino de Castela. Anualmente, a refrega é teatralizada por grupos especializados neste género de eventos num espetáculo que atrai centenas de espetadores até ao local, classificado como Monumento Nacional desde 2012. E termina invariavelmente com a habitual distribuição de pão e laranjas pelos populares para recordar a pesada derrota infligida pelos portugueses, em número inferior, ao exército castelhano.

Contudo, passados 633 anos o presidente do município lamenta que este terreno com 44 hectares tenha sido «votado ao abandono» e pede mais atenção da Direção-Geral do Património Cultural e da Direção Regional de Cultura do Centro. «Não vamos desistir até que requalifiquem a zona, que é monumento nacional. A Câmara está a fazer um esforço muito grande nas comemorações do feriado municipal e temos mantido aquele espaço minimamente limpo. Mas é tempo das entidades competentes nos ajudarem a requalificar o campo da batalha», adianta Amílcar Salvador. A pequena capela de São Marcos precisa da intervenção «mais urgente» na consolidação e impermeabilização da estrutura, acrescenta o autarca, que diz ser também necessário «um pequeno espaço para receção dos visitantes e darmos dignidade e valorizar o campo, bem como sanitários públicos». Já à autarquia cabe criar um centro interpretativo da batalha.

O campo da Batalha de Trancoso é um dos seis espaços históricos que integram uma rede dos principais campos de batalhas portugueses, dinamizada pela Fundação Batalha de Aljubarrota. Os restantes são Atoleiros (1384), Aljubarrota (1385), Linhas de Elvas (1659), Ameixial (1663) e Montes Claros (1665).

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