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«Representar Portugal na final europeia era concretizar um sonho»

Cara a Cara – Entrevista

P – Qual a importância do apuramento da selecção Sub-20 da Associação de Futebol da Guarda para a fase final do “Torneio Eusébio”?

R – Por um lado, garante-nos mais um momento competitivo para estes jovens que lhes fará ganhar mais experiência. Por outro, permite-lhes mostrarem as suas capacidades a nível nacional. No fundo, os nossos objectivos passam sempre pela promoção de atletas e do futebol distrital. De resto, com a passagem à fase final, ganhámos o direito a estar na “montra” do futebol de Sub-20.

P – Este feito foi alcançado apenas com jogadores oriundos do distrito da Guarda ou contou com algum jovem de outra parte do país que jogue na região?

R – Não. Penso que são mesmo todos oriundos do distrito da Guarda. Aliás, a maior parte são atletas que foram passando pelas selecções distritais, desde os Sub-13, Sub-15 até aos Sub-18.

P – Ganha então ainda mais realce este apuramento?

R – Sim. Digamos que é mesmo “produto” regional.

P – Esta poderá ser uma geração mais promissora do que as anteriores em termos de futebol distrital?

R – Não sei se será mais promissora. Sei é que este grupo de trabalho é muito forte, o que foi fundamental para conseguirmos o apuramento. Penso também que o facto de alguns destes jovens já jogarem no Nacional da IIIª Divisão e na Iª Divisão Distrital possibilita-lhes um tipo de experiência diferente do que aquela que têm nos escalões de formação, tornando-os jogadores mais maduros. Contudo, a regra de que os jogadores profissionais e os da IIª B não participam nesta competição retira-nos os melhores… Por exemplo, já não enfrentamos os atletas que saíram de clubes do distrito porque estão em equipas profissionais ou já foram internacionais, o que nos dá uma margem maior.

P – E o que poderá explicar esse facto. O talento individual dos atletas ou já começa a ser feito um bom trabalho de formação nos clubes?

R – Penso que as duas coisas. Primeiro porque, quando os jovens chegam ao escalão sénior, trabalham mais afincadamente e com mais assiduidade. Depois, a maior parte deles pertence a clubes da IIIª Divisão e da Iª Divisão Distrital, alguns em equipas que procuram ser campeões distritais, o que significa que os objectivos são muito mais competitivos do que eram anteriormente. Quanto ao valor dos jogadores em si, volto a dizer que se reuniu um conjunto de atletas que fizeram um grupo muito coeso, havendo muito mérito deles nesse aspecto. Entregaram-se, foram combativos e isso também ajuda a explicar o sucesso alcançado nesta primeira fase.

P – Entre os jovens da selecção existem alguns com potencial para “sonhar” com o profissionalismo?

R – Qualquer um deles. Penso que o facto de terem chegado a uma selecção distrital lhes permite, pelo menos, abrir os horizontes. Não sei se algum chegará a profissional, nem se terão esse objectivo pessoal, uma vez que a maior parte desses atletas, para não dizer cem por cento, são estudantes. Mas também podem tentar conciliar as duas coisas.

P – Quer destacar algum atleta ou prefere não o fazer?

R – Prefiro não individualizar, pois a equipa vale mesmo pelo seu todo.

P- Na fase final, em Lisboa, quais são as expectativas?

R – São semelhantes àquelas que tínhamos quando fomos para o apuramento: tentar formar a melhor equipa, trabalhar de forma a conseguir ganhar os jogos que nos for possível ganhar, e sairmos de campo com a ideia de que demos o nosso máximo para conquistar a vitória. Quando tivermos essa certeza, mesmo se não ganharmos, é porque o adversário foi superior e não há nada a dizer.

P – Poder representar o país na fase final europeia era atingir o topo?

R – Claro que sim. Seria o concretizar de um sonho e seria muito importante para esta geração, para a própria AFG e para o distrito conseguir esse feito. Vamos tentar, nada é impossível, vamos lutar, jogo a jogo, conhecendo os adversários e veremos o que conseguiremos fazer.

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