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Remodelação do Hospital da Guarda a concurso este mês

Secretário de Estado da Saúde espera que as obras comecem no início do segundo trimestre de 2009 para estarem concluídas em 2010

A remodelação e ampliação do Hospital Sousa Martins vai ser posta a concurso ainda este mês, anunciou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde. Francisco Ramos esteve, segunda-feira, na Guarda, para homologar o projecto final de arquitectura de uma obra que classificou de «irreversível».

A empreitada está orçada em mais de 55,6 milhões de euros e vai implicar uma nova construção com cerca de 25 mil metros quadrados e a requalificação de um pavilhão construído na década de 50 e de outro mais recente. A área bruta total da unidade remodelada será da ordem dos 76 mil metros quadrados no parque do antigo sanatório, cujas características serão salvaguardadas. Nesse sentido, o estacionamento, com 700 lugares, será subterrâneo. «Esta é a solução mais cara, mas seria criminoso pejar de veículos toda a superfície do Parque da Saúde», justificou Ilídio Pelicano, arquitecto coordenador do projecto na empresa ARIPA. Até lá, Francisco Ramos espera que as obras arranquem no início do segundo trimestre de 2009 para estarem concluídas durante o ano seguinte. «Ainda estamos a meio do percurso. O dia mais importante deste projecto será quando entrarem em funcionamento estas instalações modernas e capazes de responder aos novos desafios da Saúde», declarou.

O secretário de Estado considerou ainda que a criação da Unidade Local de Saúde da Guarda (ULS) foi determinante para se avançar com a remodelação e ampliação do hospital guardense: «Através da ULS, temos capitais próprios para financiar o projecto, num investimento que é necessário e indispensável para a Guarda e o seu distrito», afirmou. Segundo Fernando Girão, a obra «deverá ser candidatada ao QREN», podendo vir a ser apoiada em 70 por cento. O presidente do Conselho de Administração (CA) da ULS sublinhou que um hospital moderno motivará «ainda mais quem trabalha actualmente em condições degradadas e antigas» e contribuirá para que a Guarda seja «a cidade da saúde». E revelou que vai propor à tutela a atribuição de um estatuto de ensino universitário. «Que já devia ter há algum tempo e que não tem, apesar de reunir todos os requisitos», afirmou, explicando que isso vai incrementar a investigação em todas as áreas.

Fernando Girão adiantou ainda que o futuro hospital vai ter que investir em áreas como a Urologia, Cardiologia e Oftalmologia, devido «ao nível etário da população do distrito e porque já são aqueles em que temos maior procura». O último a falar, Joaquim Valente recordou ter passado «pouco mais de um ano» desde o anúncio do ex-ministro Correia de Campos. «O projecto foi entregue alguns meses depois, já está pronto e vai de encontro às nossas necessidades. Isto confirma que, quando há planeamento e vontade política para fazer, as grandes obras acontecem», sublinhou o presidente da Câmara da Guarda. No final da cerimónia, questionado pelos jornalistas quanto à ilegalidade de um CA da ULS com seis elementos, o secretário de Estado respondeu que esse órgão «está nomeado, pelo que não é ilegal». De resto, acrescentou que, neste momento, há cinco elementos em funções, mas que «muito provavelmente, a curto prazo, haverá um sexto elemento quando isso for possível».

Como será

O projecto apresentado na segunda-feira coloca no bloco 1 – o edifício mais antigo do Sousa Martins – todo o internamento. Já o pavilhão mais recente, concluído no início da década de 90, será totalmente remodelado para receber toda a actividade de ambulatório, funcionando noutra ala a Neonatologia, Pediatria e, no piso térreo, as Urgências de Obstetrícia, Ginecologia e Pediátrica. Ali ficará ainda a Fisiatria e outros serviços dedicados ao uso externo da população.

No novo edifício funcionarão, no piso térreo, a Urgência geral, a esterilização, a Imagiologia, as consultas externas e exames especiais. No primeiro andar situam-se as unidades de cirurgia de internamento, bloco operatório, laboratórios, Unidade de Cuidados Intensivos e unidade de cuidados intermédios. «Este edifício valoriza a igreja do antigo sanatório. Mas também há um pátio ajardinado com uma galeria que liga os dois corpos, podendo-se circular para dentro do hospital. E outro jardim interno que dá para as unidades de internamento», explicou Ilídio Pelicano, que coordenou a equipa de projectistas da ARIPA.

Luis Martins

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