O Manteigas entrou em campo na condição de favorito e disso deu sinal logo aos 2 minutos, quando Bruno, num pontapé forte, poderia ter inaugurado o marcador. Mas ao maior poder físico faltou entrega e, a partir do quarto de hora inicial, os homens da casa tomaram conta da partida, com Leonel, sozinho nas duas vezes, a poder ter dado vantagem ao Almeida nos minutos 27 e 30. Tanto empenho acabou por ser compensado já em cima do final do primeiro tempo, quando Ricardo Correia, bem municiado no flanco direito por Leonel, fez o 1-0.
Com o intervalo, a equipa forasteira veio mais animada e empatou através de um forte pontapé de Vítor, que beneficiou de uma má leitura de jogo da defensiva do Almeida. Ainda assim, os da casa acreditaram na vitória e Leonel voltou a colocar a formação raiana em vantagem graças um soberbo golo. O avançado não desarmou com a saída de Fábio, conseguiu elevar-se e cabeceou para o 2-1. Na resposta, e através de um lançamento lateral, o Manteigas voltou a empatar, por intermédio de David. A partir daqui, por inépcia – notória – ou pelo alegado “sistema”, o árbitro da partida resolveu entrar na contenda e tomar partido da equipa forasteira. Ao minuto 73 assinalou grande penalidade (!), a que se seguiu uma enorme confusão, com alguns adeptos a invadirem o campo e os jogadores a exaltarem-se. António Cabral optou então por marcar livre indirecto e expulsar Raul, mas não foi mais aquilo que um árbitro deve ser: isento. Tudo fez para quebrar o ímpeto atacante do Almeida e beneficiar o Manteigas. Sem guarda-redes no banco e em campo, o Almeida acabou por consentir o golo a Gita, num excelente pontapé.
Uma má arbitragem pós-intervalo que deverá ter origem numa qualquer indisposição do juiz da partida. No domingo, perdeu o futebol, em credibilidade, perdeu o Manteigas, que não precisa destes “favores”, já que tem mérito para lá chegar sozinho, e perdeu o Almeida, que sendo “pequeno”, revela um espírito combativo capaz de vergar os mais fortes não fossem as ajudas, propositadas ou não. Uma palavra final para o fiscal de linha do lado da bancada que demonstrou não possuir leitura de jogo, cultura física, desportiva e geral. Apenas soube dizer ao banco do Almeida «Vêm para aqui mandar, é?». E desta maneira se defraudam as pessoas que apenas querem ver uma boa tarde de futebol.
Amadeu Araújo/www.radioelmo.com