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Região recebe 1.423 novos alunos

UBI viu colocados 1.114 candidatos na primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior, enquanto que no IPG entraram 309

Há 54 por cento das vagas do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) por preencher. Os resultados do concurso nacional de acesso ao ensino superior foram divulgados na noite de sábado e não são mais animadores que os do ano passado. Este ano entraram 309 alunos, menos 20 que no ano passado, ficando por preencher 367 de um total de 676 vagas. O IPG foi a primeira opção de 153 novos estudantes.

A diminuição, embora que ligeira, de novos alunos «tem o rosto do governo», afirma o presidente da instituição. A menor afluência de estudantes registou-se na Escola Superior de Hotelaria e Turismo, em Seia, e Constantino Rei atribui as culpas à decisão da tutela de abrir licenciaturas da área de hotelaria nos Politécnicos de Coimbra e do Porto, que consequentemente «retiram candidatos ao interior, porque se existe a mesma opção no litoral essa será a primeira escolha». O responsável considera que medidas como estas são «contraditórias» à defesa do interior e lembra que para que os cursos sejam lecionados naqueles estabelecimentos «são necessários novos investimentos e é um desperdício de recursos que já existem na Guarda e em Leiria, por exemplo».

Embora haja um elevado número de vagas por preencher no IPG, «este é um resultado que corresponde às expetativas» e a esperança está agora na segunda fase de acesso, «que nos corre sempre melhor e acreditamos que podemos chegar aos 60 ou 70 por cento», sublinha Constantino Rei. Além dos alunos internacionais e com as mudanças de cursos, o presidente do Politécnico guardense acredita que neste ano letivo pode ficar perto dos 700 novos alunos, «um número que já nos deixa bastante satisfeitos». Contudo, a «maior preocupação» são as engenharias, onde o número de vagas ocupadas é menor: «Tal como o ano passado vamos procurar novos alunos de forma a manter o funcionamento das licenciaturas», sendo que são necessários pelo menos 10 estudantes matriculados. Engenharia Tipográfica e Engenharia Civil, à semelhança do ano passado, não tiveram nenhum colocado, enquanto Enfermagem foi o único curso do IPG onde todas as vagas (70) foram preenchidas. Já Contabilidade destaca-se por ter a média mais alta do IPG 12,17 valores, ao contrário de Gestão Hoteleira, que se ficou pelos 9,5 valores.

UBI preenche 90 por cento das vagas

Os resultados do concurso nacional de acesso ditaram que o futuro de 1.114 candidatos passaria pela Universidade da Beira Interior (UBI), entre os quais 827 concorreram em primeira opção. Um número que significa uma ocupação de 90 por cento e que «regozija» uma instituição que tem apostado na sua divulgação. Para o reitor da UBI, «os números são muito bons e já vêm do ano passado. Colocámos menos um aluno, mas os dados mostram solidez». António Fidalgo reconhece que é Engenharia Civil que apresenta «algum cuidado», tendo em conta que este ano voltou a não ter nenhum colocado, mas lembra que é «um problema nacional», pois acontece «o mesmo» em instituições do litoral. «Mas no interior a situação é mais problemática», alerta.

O responsável ubiano garante que a reitoria tem todo o interesse em manter a licenciatura, pois «trata-se de um mestrado integrado, com pessoal qualificado e de qualidade». Para este ano a sua continuidade está já garantida com a chegada de estudantes internacionais. A UBI tem uma oferta de 29 cursos e destes 18 ficaram com as vagas totalmente preenchidas na primeira fase. Medicina continua a ser o detentor da média mais alta: 17,77 valores. Do outro lado está Arquitetura, que em tempos tinha médias superiores a 15. Este ano não foi além dos 10,5 valores. Entre as chamadas “instituições do arco interior” (quatro universidades e sete politécnicos), a UBI destaca-se por ser a que coloca mais alunos e também a que apresenta melhor percentagem de preenchimento de vagas.

A segunda fase do concurso nacional começou na segunda-feira e estende-se até dia 23. O número de vagas disponíveis nas duas instituições pode ainda aumentar com o número de estudantes colocadas que optaram por não se inscrever. Quanto aos dados nacionais, 42.958l jovens já têm um lugar garantido no ensino superior, o que revela um aumento de 2 por cento face a 2015. No total houve 49.500 candidatos e 87 por cento já conseguiram colocação. Para a próxima fase sobram oito mil vagas. Este ano há uma novidade: foram os cursos de Engenharia Aeroespacial e Engenharia Física Tecnológica, ambas no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, que bateram o recorde de exigência e têm as médias mais altas. Os dois com 18,53 valores.

Ana Eugénia Inácio A nível nacional foram colocados quase 43 mil alunos

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