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Redução drástica da área ardida no distrito da Guarda

Desde o início do ano, chamas consumiram “apenas” 5.369 hectares contra 23.246 no período homólogo de 2005

Até ao momento, o distrito da Guarda regista uma significativa redução na área ardida de floresta. Desde o início do ano até ao último domingo, já arderam nos 14 concelhos do distrito 5.369 hectares, enquanto que no mesmo período do ano transacto tinham sido “atacados” pelas chamas 23.246 hectares. A Guarda, um dos mais poupados pelos incêndios em 2005, é o município mais fustigado, com 906 hectares de área ardida, seguido da Mêda e de Almeida.

Segundo dados fornecidos pelo Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) da Guarda, de 1 de Janeiro a 24 de Setembro (último domingo) deste ano, o distrito registou 5.369 hectares de área ardida. Números que são francamente mais positivos se comparados com os três anos anteriores. Assim, em 2005 arderam 24.593 hectares de floresta, enquanto que em 2004 registaram-se 13.078 hectares e 46.494 hectares em 2003. Este ano, a liderança de área ardida no distrito é ocupada pelo concelho da Guarda, com 906 hectares, sendo que só o trágico incêndio de Famalicão da Serra consumiu mais de metade daquela extensão, com 544 hectares. De seguida surgem os concelhos da Mêda (796 hectares) e Almeida (641), que foi o que registou menos área ardida em 2005. No quarto e quinto lugar surgem, respectivamente, os concelhos de Gouveia (488 hectares) e Celorico da Beira (414). No final da lista, com menos de 100 hectares consumidos pelas chamas, figuram Seia (55 hectares) e Sabugal (61). De salientar a feliz “cambalhota” que o município senense deu nesta “classificação”. De facto, se em 2005 o concelho registou a maior quantidade de área ardida, com 8.087 hectares, até ao momento ocupa o último lugar com apenas 55 hectares.

Também Pinhel e Manteigas, outros dois concelhos que em 2005 ocuparam os restantes lugares deste indesejável pódio, tiveram uma significativa melhoria na extensão de área ardida. Assim, o município da “cidade-falcão” registou, por enquanto, 296 hectares, enquanto que no concelho serrano foram contabilizados 334. Nos restantes lugares intermédios figuram Trancoso (356 hectares), Figueira de Castelo Rodrigo (344), Fornos de Algodres (296), Aguiar da Beira (225) e Vila Nova de Foz Côa (151). Para além do incêndio de Famalicão, mais 11 fogos ocorridos no distrito constam da lista de grandes incêndios que consumiram mais de 100 hectares, segundo informação disponível no site da Direcção-Geral dos Recursos Florestais. Assim, logo a seguir aparecem os casos de Porto de Ovelha (Almeida), com 469 hectares, de Carvalhal (Mêda), com 341, e de Vinhó (Gouveia), com 327. Igualmente graves foram os incêndios registados em Fornotelheiro (Celorico da Beira), com 262 hectares, Vila Chã (Fornos de Algodres), com 212, Casteição (Mêda), com 202. Entre os 200 e os 100 hectares encontramos registos em Albardo (Guarda), com 197, Ranhados (Mêda), com 186, Cótimos (Trancoso), com 180, tanto quanto o de Eirado (Aguiar da Beira), e, por último, Santa Maria (Trancoso), com 144. Já no total nacional, até dia 15 deste mês, foram registadas na base de dados da DGRF 21.116 ocorrências, correspondentes a 70.231 de área ardida. Os maiores valores pertencem aos distritos de Viana do Castelo (15.653 hectares), Braga (10.340), Évora (6.330) e Viseu (5.829). No entanto, também a área ardida apresenta, até 15 de Setembro, um decréscimo bastante significativo face à média dos últimos cinco anos e, em especial, em relação a 2005.

Ricardo Cordeiro

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