A redução das portagens no interior marcou os últimos dias da pré-campanha e campanha eleitoral. Não é por acaso, já que estará concluído e pronto para avançar o plano para baixar as tarifas em todas as autoestradas.
Primeiro foi Pedro Passos Coelho, na Guarda, a dizer que o próximo Governo tem condições para implementar a «discriminação positiva» nas ex-SCUT A23 e A25 e do Algarve (A22) depois de renegociar as PPP e poupar entre 7.200 milhões e 7.300 milhões. Dois dias depois, na Covilhã, foi António Costa que falou nessa possibilidade, mas sem se comprometer, para as autoestradas do Interior, das regiões transfronteiriças e nas vias com maior afluxo de turistas. Ora, na terça-feira, o “Diário Económico” noticiou que há um plano para reduzir as portagens e que está pronto para entrar em funcionamento «a curto prazo» na rede nacional de autoestradas. O jornal adianta que ao longo dos últimos anos têm sido efetuados estudos aprofundados para avaliar a possibilidade de reduzir as taxas de portagem sem colocar em risco a sustentabilidade do setor e das concessionárias em Portugal.
Nesse sentido, «existem várias soluções que podem ser escolhidas pelo futuro Governo, independentemente de quem ganhar as eleições legislativas de 4 de outubro, mas parece estar fora de questão introduzir reduções de portagens só numas autoestradas e numas regiões, deixando os preços intactos noutros pontos». O “Diário Económico” avança mesmo que a redução deverá ser global em toda a rede e poderá ser «de 5, 10 ou 15 por cento», sendo que as variações vão depender «das conclusões a que os estudos chegaram sobre qual o afluxo de receitas por acréscimo de tráfego que essas descidas de portagens iriam permitir em determinada autoestrada ou troço».
O jornal refere que se trata de manter o «equilíbrio do sistema», assim como assegurar a respetiva sustentabilidade financeira, havendo ainda a possibilidade de se optar por uma redução maior das tarifas para os veículos pesados. E assegura que a reintrodução de isenções para automobilistas locais está fora de questão, uma vez que a União Europeia proíbe esse tipo de medidas por constituir uma discriminação com base em isenções de proximidade.
Luis Martins