A Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro criou um grupo de trabalho para desenvolver a Rede Regional de referenciação da Epilepsia com vista à melhoria do processo de diagnóstico, tratamento e acompanhamento ao doente.
Este grupo, que integra peritos em epilepsia indicados pelos hospitais do Centro do país, tem como missão caracterizar a resposta regional a esta doença, propor critérios de referenciação e articulação, bem como definir protocolos de atuação para diminuir os tempos de espera e maximizar os cuidados a prestar. A decisão saiu de uma reunião realizada na semana passada em Coimbra com os neurologistas responsáveis das unidades hospitalares da região e vai ser implementada no âmbito da reorganização dos cuidados de saúde. «A possibilidade de criação de consultas multidisciplinares de epilepsia nos hospitais, a efetivação de protocolos de referenciação para níveis mais diferenciados de avaliação e orientação do doente, bem como a criação do Centro Médico-Cirúrgico de Epilepsia na região Centro» foram temas abordados neste encontro, adianta a ARS Centro, a entidade dinamizadora e facilitadora do processo.
Segundo dados oficiais, atualmente a epilepsia afeta 40 mil portugueses, dos quais estima-se que nove mil vivam na região Centro e que, anualmente, surjam 900 novos casos. «Com esta organização passará a potencializar-se o tratamento cirúrgico, solução de eleição para muitos destes doentes que, há longos anos, fazem tratamento médico», refere a ARS. De resto, o seu presidente José Tereso sublinhou que o Centro Médico-Cirúrgico Regional de Epilepsia «só será possível com a cooperação, em rede, de todas as unidades hospitalares da região Centro».