Arquivo

Rede distrital de cuidados continuados em estudo

Sub-Região de Saúde da Guarda vai apresentar projecto-piloto em Novembro

A Sub-Região de Saúde da Guarda vai apresentar em Novembro o projecto-piloto de uma futura rede distrital de cuidados continuados. O anúncio foi feito recentemente, no âmbito de um seminário sobre o tema promovido pela Misericórdia guardense. Isabel Coelho, directora daquele organismo, garante haver alguns concelhos com «bons recursos» neste campo e cuidados continuados estruturados, nomeadamente Trancoso e Pinhel, cuja actividade poderá ser um exemplo a seguir nos próximos tempos. «É por aí que vamos começar, pois já há experiências de cuidados domiciliários», adiantou.

A ideia consiste em disponibilizar meios humanos e físicos de qualidade para o tratamento da pessoa dependente em cada concelho. A assistência a prestar vai variar consoante as necessidades: «Se é um dependente que ainda precisa de convalescença, entrará na chamada fase 1, num hospital de sub-agudos. Se precisa de internamento com alguma duração, para fazer fisioterapia, por exemplo, irá para uma unidade de internamento intermédio onde se possa fazer esse tratamento. Se for um caso de internamento crónico, nós achamos que deve estar no domicílio», explica Isabel Coelho, admitindo que nessas situações os serviços de saúde têm que «ir ao domicílio». A directora da Sub-Região de Saúde da Guarda diz ter indicadores «muito rigorosos» sobre quantas camas serão necessárias no distrito para os cuidados sub-agudos, cuidados intermédios e de longa duração. «Pelos números de que dispomos, já teremos no distrito capacidade instalada, daí falar-se na necessidade de rentabilizar o que já existe», refere. Nesse sentido, admite «toda e qualquer» parceria, embora reconheça que as Misericórdias têm alguma vantagem instalada. «Há muito pouca coisa no sector privado», garante.

Contudo, o projecto da Guarda é um dos cinco a desenvolver experimentalmente em todo o país, um por cada ARS. Fernando Regateiro, presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, explica que o objectivo destas experiências-piloto é «expandir o projecto a outras regiões, depois de avaliadas e ponderadas estas experiências-piloto, que são também inspiradoras da legislação que está a ser desenvolvida». Mas o que se pretende verdadeiramente é conseguir «um melhor uso dos recursos alocados à saúde, que são imensos quer em termos materiais e humanos, e portanto com esses recursos podemos servir melhor cada cidadão», sublinhou. No caso da Misericórdia da Guarda, a unidade de cuidados continuados estará pronta em finais de Novembro, mas o hospital ainda terá outros serviços complementares que demorarão «algum tempo», adiantou o provedor. «Mas espero que arranque no início do ano, sendo capaz de se integrar neste esquema da rede nacional de cuidados continuados», disse Jorge Fonseca.

Sobre o autor

Leave a Reply