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Rede de transportes urbanos “acerta” horários

Alterações entram em vigor na próxima semana e pretendem colmatar algumas falhas denunciadas pelos passageiros

A Rodoviária da Beira Interior (RBI), concessionária da nova rede de transportes da Guarda implementada no início do mês, vai proceder à alteração dos horários dos autocarros. A medida, que entra em vigor na próxima semana, surge na sequência de algumas queixas apresentadas por parte dos utentes.

«Aqueles utentes que nos comunicaram quais são os seus problemas pelas vias normais, no site da Câmara ou directamente nos nossos serviços, vão ser contemplados com alterações que vêm colmatar todas as situações colocadas», garante Luís Salvador, da RBI. Quanto às reclamações, aquele responsável explica que «as redes de transportes estão sempre sujeitas a “afinações” e uma coisa é a teoria, outra é a prática», diz. Segundo Luís Salvador, «as obras na estrada do Rio Diz e na Rua António Sérgio também complicaram o arranque desta nova rede». Habitual utilizadora da Linha Verde, que liga a Escola Beatriz Ângelo (Sequeira) à zona das Lameirinhas, Cristina Ventura contesta o facto dos horários «estarem bem colocados na altura dos estudantes, e quando não há estudantes estão muito apertados». Sai diariamente do seu local de trabalho às 23 horas e o autocarro que costumava apanhar 20 minutos depois passa agora à meia-noite.

«Causa-me transtorno porque tenho que adiantar tudo mais cedo, podendo ter mais tempo para fazer qualquer coisa e não tenho, para além de ter que esperar uma hora», lamenta. Também Maria Pereira mostra-se pouco satisfeita com a nova rede de transportes. «Estamos descontentes com as alterações porque nos “tiraram” horários que já existiam há mais de 35 anos e que foram feitos de acordo com o comércio», critica. Utente da Linha Azul, entre a Sequeira e o Liceu, a passageira refere que «agora, ao sábado de manhã, só há autocarros às 7h05 e às 9h10, quando há pessoas que precisam de trabalhar e, especialmente com este primeiro horário, têm que ir muito cedo para os seus empregos», queixando-se sobretudo da supressão dos autocarros que paravam diariamente em frente ao tribunal às 7h20, 7h50 e 8h20. «Agora é impossível ir almoçar a casa, mas também os horários da noite são problema», garante Maria Pereira. «Agora há autocarro às 19h40 e 20h35, mas este último só em tempo de aulas», critica.

Como solução sugere o regresso dos «horários antigos» e o «reforço» de autocarros durante o dia. E não esquece as crianças: «Porque é que os autocarros que vão para Escola Carolina Beatriz Ângelo não vão à Sequeira buscar as crianças?», interroga. «Há muitas crianças que lá moram e que não têm possibilidade dos pais as levarem de carro, pelo que os miúdos têm que ir a pé ao frio e à chuva», adianta. A nova rede de transportes da Guarda, implementada no início do mês, abrange algumas áreas até ali com transporte público deficiente ou inexistente, tais como o Centro de Saúde, o Instituto Politécnico da Guarda, toda a zona do Bairro Nª Sra. dos Remédios, piscinas municipais ou o parque industrial, em seis linhas distintas. Tem, ainda assim, sido alvo de algumas críticas por parte dos utentes guardenses, nomeadamente, devido às alterações verificadas no que concerne aos horários dos autocarros, situação que a RBI pretende ver resolvida com as «afinações» que entram em vigor já na próxima semana.

Rafael Mangana Rodoviária da Beira Interior admite «afinações» já a partir de segunda-feira

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