«Não há qualquer decisão do presidente do Tribunal da Relação de Coimbra (TRC) sobre o recurso apresentado por aqueles trabalhadores». É desta forma que Francisco Pimentel, advogado da Nova Penteação, rejeita as notícias de que a empresa, adquirida no Verão passado pelo empresário Paulo de Oliveira, esteja à beira da falência por causa de um recurso de cinco trabalhadores da Nova Penteação, que contestam a proposta de recuperação de Paulo de Oliveira.
«A Nova Penteação está tanto sob a alçada da falência como eu sou o Papa», ironiza o advogado, para quem não faz qualquer sentido afirmar que a viabilidade da empresa esteja em risco. Até porque, sustenta o advogado, o processo voltou de novo para o TRC, pois apenas tinha sido apreciado uma parte, nomeadamente os argumentos dos cinco trabalhadores para que não se homologasse a proposta apresentada pelo empresário Paulo de Oliveira dado quererem «manter os postos de trabalho». Faltando a justificação do empresário de lanifícios, o processo «voltou para a secretária do presidente do TRC», garante Francisco Pimentel. Os cinco trabalhadores terão enviado o recurso para o TRC depois da juíza que julgou o processo da “Nova”, agora Tecimax, o ter rejeitado por não ter sustentabilidade. De realçar ainda que os trabalhadores em causa, onde se inclui a esposa do antigo administrador da Nova Penteação, rejeitaram a proposta de Paulo de Oliveira depois de terem aceite o acordo do empresário que os restantes 473 trabalhadores aceitaram.
Também Victor Simões, gestor judicial encarregue do processo de recuperação da Nova Penteação, considera que este recurso, mesmo que venha a ser admitido, não colocará a empresa em risco. «É tudo especulação», acrescenta, relembrando que «não há ainda nenhuma decisão definitiva» sobre o processo. E nem mesmo o recurso apresentado pelo empresário Rui Cardoso, proprietário da Beiralã, coloca em causa o processo de recuperação da Nova Penteação. Recorde-se que o empresário apresentou um recurso a contestar o perdão da Segurança Social a uma parte da dívida de 1,9 milhões de euros que a Nova Penteação tinha para com este organismo estatal, que aceitou receber apenas 12 por cento desse valor. O dono da empresa sedeada em Seia reclama igualdade de tratamento na dívida que tinha para negociar com a Segurança Social. Até ao momento, Paulo de Oliveira tem nas instalações da “Nova Penteação”, no Parque Industrial do Canhoso, 60 trabalhadores a tratar da recuperação da maquinaria, sendo que, segundo “O Interior” conseguiu apurar junto de uma pessoa ligada ao processo, terão sido já gastos «algumas centenas de milhares de contos», rejeitando-se desta forma as dúvidas sobre a viabilidade da empresa.
Liliana Correia