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Recriação do Cerco de Almeida a partir de amanhã

Mais de 400 figurantes vão participar neste evento, que envolve atividades evocativas de caráter científico, histórico e cultural

O município de Almeida volta a recuar ao ano de 1810 este fim-de-semana para recriar o trágico cerco e a capitulação ocorrida na terceira Invasão Francesa.

As atividades que anualmente assinalam o cerco da antiga praça-forte, construída nos séculos XVII e XVIII, atraem milhares de visitantes nacionais e estrangeiros e o programa começa amanhã (9h30) com o seminário internacional “Nova Europa e Fortificações Modernas”. Nesse dia será também inaugurado, pelas 18 horas, o mercado oitocentista por ruas e vielas, seguindo-se (22 horas) um sarau cultural e um baile oitocentista. No sábado, destaque para um desfile histórico (11h30) com uma breve explicação do coronel Ribeiro de Faria, seguindo-se o içar das bandeiras. Pelas 16h30 abre-se o acampamento histórico-militar. Este ano haverá também o “Soldados à Messe”, um jantar ao ar livre no sábado (19h30), no acampamento histórico, destinado ao público em geral. O segundo dia do XIV Cerco de Almeida termina com o desfile (22h30) das tropas até ao campo militar e com o Cerco à Praça Forte (23 horas) pelas tropas de Massena e explosão do Castelo, com alocução do coronel Heriques-Revelim.

Já na manhã de domingo (10h30) haverá uma cerimónia evocativa aos mortos das Guerras Peninsulares, o Assalto à Fortaleza (11h30) e uma missa (13 horas) em memória dos elementos do GRHMA já falecidos. Pelas 15 horas serão lançados os livros “Olhos azuis”, de Carlos J. Pereira, e “Eu, Alcides?”, de Alcides do Pereiro. As expectativas estão em alta e este evento já «é uma marca consolidada e por isso temos que manter a sua autenticidade», afirma o presidente da Câmara de Almeida. «Os pontos altos são as recriações. É a nossa marca, a nossa identidade, é aí que nos diferenciamos em relação a outros eventos », destaca António Machado, reforçando que o Cerco de Almeida mexe com a economia regional. «Já não é só um evento local. As unidades de alojamento já estão lotadas há algum tempo, com as pessoas a ficarem em Pinhel, Figueira e Guarda», sublinha o edil, acrescentando que o número de participantes cresceu, em parte, devido às «novas parcerias que estão a surgir» com outras cidades amuralhadas.

A Fortaleza de Almeida constituía um sério obstáculo à progressão das tropas francesas, pois a sua estrutura era capaz de suportar um cerco prolongado. O exército anglo-luso contava com o seu valor defensivo, pelo que a praça recebeu obras, reforços humanos e materiais para ganhar o tempo necessário para preparar as operações de defesa subsequentes, mas uma violentíssima explosão no seu paiol principal, a 26 de agosto de 1810, levou à sua capitulação.

Sara Guterres O Cerco de Almeida é organizado pela autarquia e pelo Grupo de Reconstituição Histórica do Município de Almeida (GRHMA)

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