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Reavalie-se pois claro!

Entrementes

Hoje é um daqueles dias em que não apetece mesmo nada escrever. Não é que seja por falta de assunto. Assuntos há-os aos montes por aí… Mas, se não falta assunto, por que raio não apetece escrever?… Talvez seja atitude solidária com o estado crítico do país… É que já não há paciência para tanta crise, tanto falar da crise, tantos rios de tinta gastos com a crise. Desculpem-me, pois, os leitores se hoje não tenho assunto. Esta é, portanto, uma crónica sem assunto…

No entanto, correndo embora o risco de poderem os leitores achar que estou a repetir-me no assunto que, afinal, não é assunto, não poderei deixar passar em claro a votação da proposta do Partido Social Democrata sobre a avaliação de professores. Da última vez que aqui escrevi fi-lo sobre a avaliação docente, tendo então escrito que o modelo não era, nem de longe nem de perto, o mais aconselhável. Mantenho e reafirmo o que disse sobre a justeza e a exequibilidade daquele modelo. Mesmo agora, quando, ainda em período de nojo da demissão do primeiro-ministro, o PSD vem apresentar uma proposta tendente a suspender o processo avaliativo dos docentes. Proposta que viria a ser aprovada com os votos de toda a oposição.

Em boa verdade deveria, pois, estar a bater palmas à oposição que, de uma penada, tinha vindo resolver o imbróglio criado pelo Ministério da Educação. Mas não. Não estou nada satisfeito. E não estou porque me sinto usado como arma de arremesso. O PSD, embalado pela demissão do chefe do Governo, veio, a meu ver, aproveitar uma situação que sabia estar a gerar grandes tensões. E aí usou os professores esperando que tal iniciativa o possa beneficiar no ato eleitoral que se avizinha.

Ora, concordando que aquele modelo avaliativo não servia, não posso estar mais em desacordo quer com a forma, quer com o timing escolhidos. Tenho para mim que este foi um claro aproveitamento político do desassossego de toda uma classe profissional. Como o melhor dos surfistas, o PSD aproveitou a melhor onda e cavalgou o desencanto dos professores para marcar a agenda política nacional.

Não querendo ser demasiado pessimista, espero não ter que dizer um destes dias que, afinal, esta postura do principal partido da oposição teve um efeito boomerang. Espero, desejo sinceramente, que não venhamos a pagar juros altos por esta atitude.

E o que mais dói, neste como em outros casos, em qualquer quadrante político, é o continuarmos a assistir no País não a medidas que nos afirmem enquanto terra de oportunidades e nos preparem, a nós e aos vindouros, em futuro melhor, mas sim a tomadas de posição que mais não são do que tentativas de abraçar o Poder seja qual for o preço. É que este, o preço, há-de ser pago mais tarde e já se sabe quem irá pagar a maior fatura…

Como já se viu, esta crónica não teve mesmo assunto… ou melhor, seria muito bom que não tivesse…

Por: Norberto Gonçalves

Comentários dos nossos leitores
Samuel Antic santicaciques@gmail.com
Comentário:
Claro que o senhor não está nada satisfeito com aquilo que se passou na AR em que TODA A OPOSIÇÃO, decidiu suspender… e bem, aquilo que era um verdadeiro MONSTRO e que apenas serviria para lançar a confusão e o CAOS nas escolas. E sabe porque diz não estar satisfeito? Pela simples razão de que o senhor sofre de partidarite aguda. Toda a oposição contra o seu (mui amado) PS. Por acaso, ao longo destes 6 anos, alguma vez viu algo de errado nesta escumalha que nos levou à BANCARROTA? Claro que não. Será que para além do outro, também o senhor nos quer fazer passar por parvos? Parafraseando o Rei de Espanha… “PORQUE NO TE …… ?
 
Norberto Gonçalves nagon30@yahoo.com.br
Comentário:
Desta vez respondo-lhe caro Samuel Antic. Não sei quem é. Pseudónimo talvez? Presumo no entanto que sabe retirar das letras dos outros conclusões que, mandam as regras, em textos de opinião não se infiram das entrelinhas. Até porque neste caso não as há… Penso ter sido claro, e reafirmo-o agora, estar de corpo e alma contra o modelo de avaliação de professores que o Governo queria impor. Veja-se o que escrevi na penúltima crónica. Assim, só posso depreender que: 1. Não leu; 2. Leu e tregiversou; 3. Não sabe ler e interpretar. O que afirmei foi sentir-me arma de arremesso político. Mantenho. E, já agora, não me sinto nada seguro com esta suspensão… Espere pela volta e já agora sem paráfrase: PORQUE NAO APRENDE A INTERPRETAR E A VER COM OLHOS DE VER?!!!
 

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