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Reabertura do IP5 é «fraco remedeio» para Vale do Mondego

Troço entre o Porto da Carne e o Alvendre deve reabrir brevemente ao tráfego, mas apenas no sentido ascendente

Encerrado há quase um ano, o troço do antigo IP5 entre o Porto da Carne e o Alvendre vai reabrir brevemente ao tráfego entroncando na A25 perto da Guarda, mas apenas no sentido ascendente. Uma solução «tardia» e que não satisfaz por completo autarcas e empresários das freguesias do Vale do Mondego, que se queixam de terem sofrido avultados prejuízos desde que a auto-estrada abriu e os deixou «encurralados».

José Batista, presidente da Junta de Freguesia do Porto da Carne, diz que o IP5 «nunca devia ter sido cortado. Só quem aqui vive e trabalha é que sabe os estragos que isto tem causado», garante. Para as cerca de 30 empresas sediadas naquela localidade foi mesmo «muito doloroso e complicado» suportar os prejuízos, isto porque «as pessoas chegavam aqui num instantinho e agora não», acrescenta. Neste cenário, o responsável salienta que a reabertura do antigo IP5 até ao Alvendre é «tardia» e reclama que ela aconteça «o mais rápido possível». De igual modo, o seu colega de Vila Cortês do Mondego, Lúcio Gonçalves, adianta que os prejuízos «também têm sido muitos, tanto para as empresas como para os comércios e os restaurantes, porque ficámos aqui encurralados». Mas também quem reside na aldeia e se desloca diariamente para a Guarda sentiu “na pele” o encerramento deste troço: «Há muita gente a trabalhar na Estação que tem que ir pela estrada do Alvendre cheia de curvas», exemplifica. De resto, a solução, que está prestes a abrir ao tráfego, «demorou muito tempo a acontecer» e, na sua opinião, «não passa de um fraco remedeio».

«Não é tudo o que necessitamos, pois no sentido descendente ainda não sabemos como vai ser», queixa-se. Da mesma opinião partilha o empresário António Garcia: «Abrem-nos uma janela, mas não totalmente a porta», critica, pelo que a solução encontrada «não satisfaz na plenitude». E recorda que a sua oficina sofreu uma quebra no serviço da ordem dos «25 a 30 por cento» desde o encerramento do IP5, a 27 de Maio do ano passado. Cerca de um mês depois, autarcas, empresários e populações de oito freguesias do Baixo Mondego manifestaram-se pela reabertura daquela via. Com o fecho do IP5, o tráfego oriundo daquela zona com destino à Guarda passou a fazer-se obrigatoriamente pela EN16, pela estrada municipal 577 ou pela A25, alternativas que implicam, todas elas, percorrer mais de 20 quilómetros, enquanto que a ligação fazia-se em metade pelo antigo IP5. O novo acesso resulta de uma requalificação de parte da via, a partir do nó do Porto da Carne e do Sobral da Serra. Os automobilistas subirão então até às proximidades do Alvendre, onde terão depois a possibilidade de optar por descer até à A25 ou seguir até à Guarda pela EM 577. “O Interior” tentou obter mais pormenores junto da Direcção de Estradas da Guarda e do gabinete de Comunicação e Imagem da Estradas de Portugal, mas a resposta não nos chegou em tempo útil.

Ricardo Cordeiro

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